terça-feira, 8 de maio de 2012

Laboratório de Projetos: Educação Ambiental


CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM LUCAS DO RIO VERDE

Daniela Miketen[1]
Daniela Valério
Raiane Placido    

RESUMO

Este artigo tem o proposito de mostra de forma simples que o primeiro passo para trabalharmos com as questões ambientais de forma concreta é através da conscientização, tendo a educação como ponte para chegarmos a esse proposito. A educação especial, que é a educação de pessoas com deficiências mentais tem um papel muito importante, uma vez que elas estão inseridas em uma sociedade, também possuem deveres como cidadãos de zelar e cuidar do nosso planeta. Através de uma pesquisa realizada com a APAE, A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Lucas do Rio Verde, com o objetivo de percebermos como estão sendo trabalhados as questões ambientais nas escolas especiais, ficou em evidência o interesse da mesma em trabalhar com a educação ambiental de forma mais concreta, possibilitando assim que pudéssemos projetar um trabalho para auxiliar nessa caminhada junto ao alunos, através de oficinas semanais onde despertará o interesse e estimulará o cuidado ao meio ambiente que a casa de todos.        


INTRODUÇÃO

Conscientização é uma palavra que traz consigo o pensamento de possibilidades, quando as ações não são possíveis a conscientização é sempre possível.
Não é novidade que estamos vivendo um período de grandes catátrofes e desiquilibrios ambientais, e são necessários movimentos conjuntos para preservar a vida e a qualidade da vida.
Nesse sentido, a conscientização é o primeiro passo para propagar ideias, alcançar metas em conjunto, compartilhar responsabilidades para avançar no processo de guardar a terra.
A educação é como porta aberta para esse trabalho, nesse sentido, pensou-se em como trabalhar a conscientização ambiental na educação especial?
A resposta a essa questão não é tão simples, é importante entender a respeito de educação especial, para então considerar esse espaço como fundamental para o trabalhar de uma consciência ambiental, como em todos os níveis educacionais. Há quem pense que educação especial é um espaço sem muitas oportunidades de ação. Esse pensamento é pequeno, visto que encontramos na educação especial exemplos de ações que são mais conscientes que muitas outras ações praticadas por indivíduos que não são portadores de necessidades especiais.
O objetivo desse artigo é despertar a reflexão acerca da inclusão de conscientização ambiental no currículo da educação especial, como prática pedagógica essencial ao desenvolvimento cognitivo e psicológico das crianças.
Palavras Chave: Conscientização.Educação Especial.Ambiente


O DESPERTAR DE UMA CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Durante muitos anos na história a relação do homem com a natureza era fruto de uma visão fragmentada, o homem um ser isolado da natureza e a natureza um ambiente descontextualizado. Essa relação mudou e alterou também o pensamento do homem em relação ao meio. Hoje, são muitas as declarações que demonstram a preocupação do homem em relação ao meio, que é parte da sua própria vida. Veremos algumas disposições em que percebemos o despertar de uma consciência ambiental na sociedade.
De acordo com a Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 no capitulo VI do meio ambiente, art. 225, “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (...) impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Para assegurar a efetividade desse direito o Poder Publico precisa, entre outros fatores, “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Em 1992, no Rio de Janeiro, aconteceu uma Conferencia Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, reafirmando a Declaração aprovada em Estocolmo em 1972 que estabelece uma aliança mundial pela criação de novos níveis de cooperação entre os Estados e setores chaves da sociedade e pessoas para alcançar acordos que atendam aos interesses de todos e proteja a integridade do sistema ambiental e desenvolvimento mundial.
A Educação Ambiental, fenômeno social localizado na interseção entre Sociedade, Educação e Natureza, iniciou sua trajetória de construção há cerca de trinta anos.O ano de 1972 foi histórico para o movimento ambientalista mundial culminando com a Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia. A Educação Ambiental no Brasil não traçou um caminho linear. Passou muitos percalços para sua implantação e desenvolvimento no ensino formal, não-formal e informal. (PEDRINI, 2002).
Atualmente, a Educação Ambiental vem sendo incluída nos currículos escolares por iniciativa do MEC que postula uma educação para Consciencia Ambiental e preservação e conservação da natureza.
Reigota (1998), analisando os caminhos da história da Educação Ambiental no Brasil, conclui que a temática ambiental brasileira é variada e complexa, desta maneira não poderia ser diferente a forma de se trabalhar com ela na Educação Ambiental.
Na análise de Reigota (1988), a EA precisa cada vez mais manter sua autonomia e independência crítica, só desta forma poderá ser uma real possibilidade
de mobilização social e participação cidadã frente aos complexos problemas ambientais, regionais, nacionais e planetários.
A consciência sobre educação ambiental, preservação e integração é nova no Brasil. A boa notícia é que ela está surgindo em vários setores sociais, e a educação é essencial no processo de ampliação dessa conscientização ambiental. Quanto mais órgãos públicos estiverem envolvidos, mais rápido haverá a expansão de atitudes preventivas e paliativas em relação a vida na terra.
No contexto desses tratados e encontros está um reconhecimento de que a humanidade enfrenta problemas graves ambientais e sociais e que somente com unidade será possível avançar em ações que possam amenizar as dimensões em que as catástrofes avançam. Eles refletem o despertar da conscientização ambiental.


EDUCAÇÃO ESPECIAL E PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM LUCAS DO RIO VERDE

A APAE, A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Lucas do Rio Verde – MT, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos de direito privado, que foi fundada em nossa cidade em 26 de maio de 1993.
Após a fundação da APAE, buscou-se a criação de uma escola especial que seria mantida pela associação, já que as crianças e jovens especiais do município tinham que ir até a APAE de Sorriso para receber atendimento especializado.
            Diante dessa situação a diretoria da APAE eleita em 1993, buscou parcerias com a Prefeitura Municipal  e ajuda da comunidade  para agilizar a criação  da Escola Especial que iria dar o atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais.
            A Escola Especial Renascer iniciou suas atividades em agosto de 1994, com oito alunos, num prédio doado pela Prefeitura Municipal, situado a Rua Machadinho, s/nº, bairro Pioneiro, necessitando de várias reformas e adaptações. O quadro de funcionários era de apenas 05 pessoas, sendo todos esses funcionários cedidos pela prefeitura municipal.
O primeiro presidente da APAE de Lucas do Rio Verde foi o senhor Diniz Brunes Betella, tendo como vice-presidente a senhora Ana Kothrade. Sendo que atualmente o presidente é o senhor Antonio Donizete Cavalaro e como Diretora Pedagógica Edineia Rocha Bezerra desde julho de 2000.    
Em agosto de 2003, foi inaugurado o prédio novo e adaptado com uma área construída de 1.112,14 m2, localizado na Rua Paranapanema, 857-S, Bairro Alvorada. Esse sonho tornou-se realidade graças á ajuda da Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde e da Comunidade local.
Hoje atendemos a 98 alunos especiais, distribuídos em turmas de acordo com LDB/96, respeitando a idade cronológica, a deficiência  e grau  de comprometimento, tanto mental quanto físico, nos seguintes níveis: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Profissionalização e EJA(Educação de Jovens e Adultos).   
Além desses atendimentos, a escola oferece a parte especializada, com atendimentos de: Psicologia, Fisioterapia, Hidroterapia, Fonoaudiologia e Assistência Social.  
Alem dos objetivos educacionais, temos como meta estimular a independência dos alunos nas atividades de vida diária e pratica, bem como favorecer a reabilitação tanto físico como também social do educando.
Ao longo desses anos buscamos sempre atender o número máximo de  aluno com muita qualidade e responsabilidade, acompanhando sempre as mudanças educacionais.  Com isso, trabalha-se o ensino profissionalizante tendo como objetivo a inclusão dos jovens de deficiência no mercado de trabalho bem como a sua independência. Visando a inclusão social dos alunos desenvolver-se projeto de profissionalização como: auxiliar de sala, empacotador de supermercado, jardinagem e serviços gerais.
A escola oferece atendimentos educacionais especializado a crianças, jovens e adultos portadores de deficiência mental e outra(s) deficiência(s) associada(s) como autismo, Paralisia Cerebral, hidrocefalia, microcefalia, deficiências múltiplas e pessoas com sídrome de down nos níveis de Educação Infantil e Ensino Fundamental, e nas modalidades de Educação de Jovens e Adultos e Formação Profissional.
Quanto aos níveis, a escola oferece Educação Infantil e Ensino Fundamental, quanto às modalidades Educação de Jovens e Adultos em programas organizados conforme faixa etária, de forma que responda às necessidades educacionais e possibilidades de aprendizagem dos educandos.
A escola adota o sistema anual caracterizado pelo regime de progressão continuada. Para os alunos que não concluem os níveis exigidos será assegurado a terminalidade específica, conforme nível de desempenho, habilidades e competências adquiridas, observando a Resolução 261/02 CEE/MT.
A escola funciona em período matutino e vespertino.
A modalidade de Educação Especial permeia os níveis de Educação Infantil, Ensino Fundamental, e as modalidades de Educação de Jovens e Adultos e Formação Profissional, no sentido de garantir atendimento às peculiaridades dos educandos da escola.
Os currículos e programas serão organizados numa abordagem de busca à construção do conhecimento nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Artes, Educação Física, assim como os temas transversais que compreendem Ética, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.
As atividades serão realizadas de acordo com o ritmo, tempo e estilo de aprendizagem dos alunos.
As atividades curriculares educacionais serão articuladas com as atividades terapêuticas visando ao desenvolvimento global do aluno para consecução dos objetivos educacionais.
Para não prejudicar o tempo escolar e os objetivos educacionais para o aluno, os exercícios terapêuticos serão preferencialmente desenvolvidos em turno contrário.
Os alunos matriculados na escola terão direito às ações educacionais e pedagógicas conforme níveis e modalidades de ensino e atendimentos específicos, de acordo com as necessidades e possibilidades de aprendizagem, de suprimentos necessários e de direito, como merenda escolar, materiais escolares, assim como apoio e orientação aos seus familiares.
Por tratar-se de atendimento a educação com característica e necessidades educacionais peculiares, os níveis e modalidades de ensino, oferecidos pela escola serão permeados com a modalidade de Educação Especial para garantia de recursos específicos e adaptações necessárias.
Os programas educacionais serão reestruturados e adaptados sempre que necessário, em função de ações didático-pedagógicas, nível de desenvolvimento, necessidades e possibilidades de aprendizagem dos educandos.
A escola oferece serviços e apoios especializados aos alunos incluídos na escola regular visando suprir as necessidades educacionais para permanência na escola e sucesso no processo ensino-aprendizagem
            A Escola Especial Renascer, tendo como base a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 1996), que trata a educação como instrumento fundamental para a integração e participação da Pessoa Portadora  de Deficiência, no contexto em que vive, a  partir desta definição que trata o art. 58 da LDB, a missão  da Escola Especial Renascer, ultrapassa a concepção de atendimento especializado e passa a se tratar de uma modalidade de educação escolar, voltada para a formação do indivíduo organizando a prática pedagógica, de forma a respeitar a diversidade dos alunos, tornando-os cidadãos críticos, capazes de participar da vida social, política e cultural, bem como dar-lhe aperfeiçoamento profissional para que possa ser inserido no mercado de trabalho, com vista ao exercício da cidadania.
Baseando-se na Estrutura da Educação Nacional a Escola Especial Renascer  procurando estar em sintonia com a Educação e satisfazer as necessidades básicas de educação para todos, capazes de tornar universal  a educação fundamental e de ampliar as oportunidades de aprendizagem para crianças, jovens e adultos, partindo do compromisso com a equidades e com o incremento da qualidade como também com a constante avaliação dos sistemas escolares, visando o seu contínuo aprimoramento (PCNs).
            Assim ao assegurarmos esses atendimento pedagógico do aluno com deficiência e a superação de seus desencontros com a realidade escolar atual, e que a Escolas Especial Renascer, adota a Estrutura Funcional das Escolas Especiais.


OFICINAS DE CONSCIENTIZAÇÃO COMO PARTE DO CURRICULO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL.

O material apresentado é resultado de uma pesquisa objetiva com o objetivo de saber o nível de envolvimento da Escola Especial Renascer em Lucas do Rio Verde – MT, com a conscientização ambiental na educação.
Após reunir os dados e analisar as respostas, percebemos que essa instituição tem um compromisso em conscientizar seus alunos sobre educação ambiental, e projetamos um trabalho para auxiliar nesse processo educacional que consiste na orientação semanal por meio de oficinas dinâmicas sobre reciclagem, reaproveitamento de lixo orgânico, diferentes tipos de lixo e seus processos de decomposição, entre outros. As oficinas serão realizadas uma vez por semana com tempo máximo de uma hora, utilizando-se de métodos visuais, auditivos, sensoriais, como: músicas, construção de objetos com reciclagem, teatro, massa de modelar, em que o aluno estará, através dos sentidos, moldando seu próprio conhecimento em relação a natureza e preservação ambiental, de maneira integrada e participativa.
Essa abordagem tem por objetivo futuro, despertar mais interesse do aluno sobre o ambiente em que está inserido e do qual faz parte para que possa orientar suas atitudes mais simples de maneira consciente. E ainda promover campanhas para toda a sociedade a partir dos testemunhos vivenciados com os alunos.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final desde trabalho podemos perceber a importância da conscientização das pessoas para mantermos o planeta em equilíbrio, sabemos que não é um trabalho simples, requer paciência e muita força de vontade uma vez que não depende só de um e sim de todos, sobre tudo para nos como futuros educadores e formadores de opiniões, o contato com escolas especiais nos trás um gostinho do que teremos no futuro e da responsabilidade que cada vez mais nós como futuros educadores teremos  com a sociedade, de forma pessoas consciente e que busquem o bem comum, e que seja capazes de deixar para as futuras gerações um planeta melhor para se viver.


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

APAE, Lucas do Rio Verde-MT, disponível em acesso em 23 de novembro de 2011 as 13h30min.

Legislação ambiental – leis e decretos federais, atos de CONAMA e atos multilaterais assinados pelo Brasil, 2011.

PEDRINI, A. G. (Org.). Educação Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 1997.

REIGOTA, Marcos. O que é educação ambiental. São Paulo: 1994.


[1] Graduando 2º Semestre de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade La Salle, Lucas do Rio Verde. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário