CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM LUCAS
DO RIO VERDE
Daniela Miketen[1]
Daniela Valério
Raiane Placido
RESUMO
Este artigo tem o
proposito de mostra de forma simples que o primeiro passo para trabalharmos com
as questões ambientais de forma concreta é através da conscientização, tendo a
educação como ponte para chegarmos a esse proposito. A educação especial, que é
a educação de pessoas com deficiências mentais tem um papel muito importante,
uma vez que elas estão inseridas em uma sociedade, também possuem deveres como
cidadãos de zelar e cuidar do nosso planeta. Através de uma pesquisa realizada
com a APAE, A Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais de Lucas do Rio Verde, com o objetivo de percebermos como estão
sendo trabalhados as questões ambientais nas escolas especiais, ficou em
evidência o interesse da mesma em trabalhar com a educação ambiental de forma
mais concreta, possibilitando assim que pudéssemos projetar um trabalho para
auxiliar nessa caminhada junto ao alunos, através de oficinas semanais onde
despertará o interesse e estimulará o cuidado ao meio ambiente que a casa de
todos.
INTRODUÇÃO
Conscientização é uma palavra que traz consigo o
pensamento de possibilidades, quando as ações não são possíveis a
conscientização é sempre possível.
Não é novidade que estamos vivendo um período de grandes
catátrofes e desiquilibrios ambientais, e são necessários movimentos conjuntos
para preservar a vida e a qualidade da vida.
Nesse sentido, a conscientização é o primeiro passo para
propagar ideias, alcançar metas em conjunto, compartilhar responsabilidades
para avançar no processo de guardar a terra.
A educação é como porta aberta para esse trabalho, nesse
sentido, pensou-se em como trabalhar a conscientização ambiental na educação
especial?
A resposta a essa questão não é tão simples, é importante
entender a respeito de educação especial, para então considerar esse espaço
como fundamental para o trabalhar de uma consciência ambiental, como em todos
os níveis educacionais. Há quem pense que educação especial é um espaço sem
muitas oportunidades de ação. Esse pensamento é pequeno, visto que encontramos
na educação especial exemplos de ações que são mais conscientes que muitas
outras ações praticadas por indivíduos que não são portadores de necessidades
especiais.
O objetivo desse artigo é despertar a reflexão acerca da
inclusão de conscientização ambiental no currículo da educação especial, como
prática pedagógica essencial ao desenvolvimento cognitivo e psicológico das
crianças.
Palavras
Chave: Conscientização.Educação Especial.Ambiente
O DESPERTAR DE UMA CONSCIENTIZAÇÃO
AMBIENTAL
Durante muitos anos na história a relação do homem com a
natureza era fruto de uma visão fragmentada, o homem um ser isolado da natureza
e a natureza um ambiente descontextualizado. Essa relação mudou e alterou
também o pensamento do homem em relação ao meio. Hoje, são muitas as
declarações que demonstram a preocupação do homem em relação ao meio, que é
parte da sua própria vida. Veremos algumas disposições em que percebemos o
despertar de uma consciência ambiental na sociedade.
De acordo com a Constituição da Republica Federativa do
Brasil de 1988 no capitulo VI do meio ambiente, art. 225, “Todos têm direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado (...) impondo-se ao poder público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”. Para assegurar a efetividade desse direito o Poder Publico precisa,
entre outros fatores, “promover a educação ambiental em todos os níveis de
ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.
Em 1992, no Rio de Janeiro,
aconteceu uma Conferencia Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
reafirmando a Declaração aprovada em Estocolmo em 1972 que estabelece uma
aliança mundial pela criação de novos níveis de cooperação entre os Estados e
setores chaves da sociedade e pessoas para alcançar acordos que atendam aos
interesses de todos e proteja a integridade do sistema ambiental e
desenvolvimento mundial.
A Educação Ambiental, fenômeno social localizado na
interseção entre Sociedade, Educação e Natureza, iniciou sua trajetória de
construção há cerca de trinta anos.O ano de 1972 foi histórico para o movimento
ambientalista mundial culminando com a Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente
Humano, em Estocolmo, na Suécia. A Educação Ambiental no Brasil não traçou um
caminho linear. Passou muitos percalços para sua implantação e desenvolvimento
no ensino formal, não-formal e informal. (PEDRINI, 2002).
Atualmente, a Educação Ambiental vem sendo incluída nos
currículos escolares por iniciativa do MEC que postula uma educação para
Consciencia Ambiental e preservação e conservação da natureza.
Reigota (1998), analisando os caminhos da história da
Educação Ambiental no Brasil, conclui que a temática ambiental brasileira é
variada e complexa, desta maneira não poderia ser diferente a forma de se
trabalhar com ela na Educação Ambiental.
Na análise de Reigota (1988), a EA precisa cada vez mais
manter sua autonomia e independência crítica, só desta forma poderá ser uma
real possibilidade
de
mobilização social e participação cidadã frente aos complexos problemas ambientais,
regionais, nacionais e planetários.
A consciência sobre educação ambiental, preservação e
integração é nova no Brasil. A boa notícia é que ela está surgindo em vários
setores sociais, e a educação é essencial no processo de ampliação dessa
conscientização ambiental. Quanto mais órgãos públicos estiverem envolvidos,
mais rápido haverá a expansão de atitudes preventivas e paliativas em relação a
vida na terra.
No contexto desses tratados e
encontros está um reconhecimento de que a humanidade enfrenta problemas graves
ambientais e sociais e que somente com unidade será possível avançar em ações
que possam amenizar as dimensões em que as catástrofes avançam. Eles refletem o
despertar da conscientização ambiental.
EDUCAÇÃO ESPECIAL E PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL EM LUCAS DO RIO VERDE
A APAE, A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de
Lucas do Rio Verde – MT, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos de
direito privado, que foi fundada em nossa cidade em 26 de maio de 1993.
Após a fundação da APAE, buscou-se a criação de uma
escola especial que seria mantida pela associação, já que as crianças e jovens
especiais do município tinham que ir até a APAE de Sorriso para receber
atendimento especializado.
Diante dessa situação a diretoria da APAE eleita em 1993, buscou parcerias com a Prefeitura Municipal e ajuda da comunidade para agilizar a criação da Escola Especial que iria dar o atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais.
A Escola Especial Renascer iniciou suas atividades em agosto de 1994, com oito alunos, num prédio doado pela Prefeitura Municipal, situado a Rua Machadinho, s/nº, bairro Pioneiro, necessitando de várias reformas e adaptações. O quadro de funcionários era de apenas 05 pessoas, sendo todos esses funcionários cedidos pela prefeitura municipal.
Diante dessa situação a diretoria da APAE eleita em 1993, buscou parcerias com a Prefeitura Municipal e ajuda da comunidade para agilizar a criação da Escola Especial que iria dar o atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais.
A Escola Especial Renascer iniciou suas atividades em agosto de 1994, com oito alunos, num prédio doado pela Prefeitura Municipal, situado a Rua Machadinho, s/nº, bairro Pioneiro, necessitando de várias reformas e adaptações. O quadro de funcionários era de apenas 05 pessoas, sendo todos esses funcionários cedidos pela prefeitura municipal.
O primeiro presidente da APAE de Lucas do Rio Verde foi o
senhor Diniz Brunes Betella, tendo como vice-presidente a senhora Ana Kothrade.
Sendo que atualmente o presidente é o senhor Antonio Donizete Cavalaro e como
Diretora Pedagógica Edineia Rocha Bezerra desde julho de 2000.
Em agosto de 2003, foi inaugurado o prédio novo e
adaptado com uma área construída de 1.112,14 m2, localizado na Rua
Paranapanema, 857-S, Bairro Alvorada. Esse sonho tornou-se realidade graças á ajuda
da Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde e da Comunidade local.
Hoje atendemos a 98 alunos especiais, distribuídos em
turmas de acordo com LDB/96, respeitando a idade cronológica, a
deficiência e grau de comprometimento, tanto mental quanto físico,
nos seguintes níveis: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Profissionalização
e EJA(Educação de Jovens e Adultos).
Além desses atendimentos, a escola oferece a parte
especializada, com atendimentos de: Psicologia, Fisioterapia, Hidroterapia, Fonoaudiologia
e Assistência Social.
Alem dos objetivos educacionais, temos como meta
estimular a independência dos alunos nas atividades de vida diária e pratica,
bem como favorecer a reabilitação tanto físico como também social do educando.
Ao longo desses anos buscamos sempre atender o número
máximo de aluno com muita qualidade e responsabilidade, acompanhando
sempre as mudanças educacionais. Com isso, trabalha-se o ensino
profissionalizante tendo como objetivo a inclusão dos jovens de deficiência no mercado
de trabalho bem como a sua independência. Visando a inclusão social dos alunos
desenvolver-se projeto de profissionalização como: auxiliar de sala,
empacotador de supermercado, jardinagem e serviços gerais.
A escola oferece atendimentos educacionais especializado
a crianças, jovens e adultos portadores de deficiência mental e outra(s)
deficiência(s) associada(s) como autismo, Paralisia Cerebral, hidrocefalia,
microcefalia, deficiências múltiplas e pessoas com sídrome de down nos níveis
de Educação Infantil e Ensino Fundamental, e nas modalidades de Educação de
Jovens e Adultos e Formação Profissional.
Quanto aos níveis, a escola oferece Educação Infantil e
Ensino Fundamental, quanto às modalidades Educação de Jovens e Adultos em
programas organizados conforme faixa etária, de forma que responda às
necessidades educacionais e possibilidades de aprendizagem dos educandos.
A escola adota o sistema anual caracterizado pelo regime
de progressão continuada. Para os alunos que não concluem os níveis exigidos
será assegurado a terminalidade específica, conforme nível de desempenho,
habilidades e competências adquiridas, observando a Resolução 261/02 CEE/MT.
A escola funciona em período matutino e vespertino.
A modalidade de Educação Especial permeia os níveis de
Educação Infantil, Ensino Fundamental, e as modalidades de Educação de Jovens e
Adultos e Formação Profissional, no sentido de garantir atendimento às
peculiaridades dos educandos da escola.
Os currículos e programas serão organizados numa
abordagem de busca à construção do conhecimento nas áreas de Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Artes, Educação Física,
assim como os temas transversais que compreendem Ética, Meio Ambiente, Saúde,
Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.
As atividades serão realizadas de acordo com o ritmo,
tempo e estilo de aprendizagem dos alunos.
As atividades curriculares educacionais serão articuladas
com as atividades terapêuticas visando ao desenvolvimento global do aluno para
consecução dos objetivos educacionais.
Para não prejudicar o tempo escolar e os objetivos
educacionais para o aluno, os exercícios terapêuticos serão preferencialmente
desenvolvidos em turno contrário.
Os alunos matriculados na escola terão direito às ações educacionais
e pedagógicas conforme níveis e modalidades de ensino e atendimentos
específicos, de acordo com as necessidades e possibilidades de aprendizagem, de
suprimentos necessários e de direito, como merenda escolar, materiais
escolares, assim como apoio e orientação aos seus familiares.
Por tratar-se de atendimento a educação com
característica e necessidades educacionais peculiares, os níveis e modalidades
de ensino, oferecidos pela escola serão permeados com a modalidade de Educação
Especial para garantia de recursos específicos e adaptações necessárias.
Os programas educacionais serão reestruturados e
adaptados sempre que necessário, em função de ações didático-pedagógicas, nível
de desenvolvimento, necessidades e possibilidades de aprendizagem dos educandos.
A escola oferece serviços e apoios especializados aos
alunos incluídos na escola regular visando suprir as necessidades educacionais
para permanência na escola e sucesso no processo ensino-aprendizagem
A
Escola Especial Renascer, tendo como base a Nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 1996), que trata a educação como
instrumento fundamental para a integração e participação da Pessoa
Portadora de Deficiência, no contexto em
que vive, a partir desta definição que
trata o art. 58 da LDB, a missão da
Escola Especial Renascer, ultrapassa a concepção de atendimento especializado e
passa a se tratar de uma modalidade de educação escolar, voltada para a
formação do indivíduo organizando a prática pedagógica, de forma a respeitar a
diversidade dos alunos, tornando-os cidadãos críticos, capazes de participar da
vida social, política e cultural, bem como dar-lhe aperfeiçoamento profissional
para que possa ser inserido no mercado de trabalho, com vista ao exercício da
cidadania.
Baseando-se na
Estrutura da Educação Nacional a Escola Especial Renascer procurando estar em sintonia com a Educação e
satisfazer as necessidades básicas de educação para todos, capazes de tornar
universal a educação fundamental e de
ampliar as oportunidades de aprendizagem para crianças, jovens e adultos,
partindo do compromisso com a equidades e com o incremento da qualidade como
também com a constante avaliação dos sistemas escolares, visando o seu contínuo
aprimoramento (PCNs).
Assim
ao assegurarmos esses atendimento pedagógico do aluno com deficiência e a
superação de seus desencontros com a realidade escolar atual, e que a Escolas
Especial Renascer, adota a Estrutura Funcional das Escolas Especiais.
OFICINAS DE CONSCIENTIZAÇÃO COMO PARTE
DO CURRICULO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL.
O material apresentado é resultado de uma pesquisa
objetiva com o objetivo de saber o nível de envolvimento da Escola Especial
Renascer em Lucas do Rio Verde – MT, com a conscientização ambiental na educação.
Após reunir os dados e analisar as respostas, percebemos
que essa instituição tem um compromisso em conscientizar seus alunos sobre
educação ambiental, e projetamos um trabalho para auxiliar nesse processo educacional
que consiste na orientação semanal por meio de oficinas dinâmicas sobre
reciclagem, reaproveitamento de lixo orgânico, diferentes tipos de lixo e seus
processos de decomposição, entre outros. As oficinas serão realizadas uma vez
por semana com tempo máximo de uma hora, utilizando-se de métodos visuais,
auditivos, sensoriais, como: músicas, construção de objetos com reciclagem,
teatro, massa de modelar, em que o aluno estará, através dos sentidos, moldando
seu próprio conhecimento em relação a natureza e preservação ambiental, de
maneira integrada e participativa.
Essa abordagem tem por objetivo futuro, despertar mais
interesse do aluno sobre o ambiente em que está inserido e do qual faz parte
para que possa orientar suas atitudes mais simples de maneira consciente. E
ainda promover campanhas para toda a sociedade a partir dos testemunhos
vivenciados com os alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desde
trabalho podemos perceber a importância da conscientização das pessoas para
mantermos o planeta em equilíbrio, sabemos que não é um trabalho simples,
requer paciência e muita força de vontade uma vez que não depende só de um e
sim de todos, sobre tudo para nos como futuros educadores e formadores de
opiniões, o contato com escolas especiais nos trás um gostinho do que teremos
no futuro e da responsabilidade que cada vez mais nós como futuros educadores
teremos com a sociedade, de forma
pessoas consciente e que busquem o bem comum, e que seja capazes de deixar para
as futuras gerações um planeta melhor para se viver.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
APAE, Lucas do Rio Verde-MT, disponível em
acesso em 23 de novembro de 2011 as 13h30min.
Legislação
ambiental – leis e decretos federais, atos de CONAMA e atos multilaterais
assinados pelo Brasil, 2011.
PEDRINI,
A. G. (Org.). Educação Ambiental:
reflexões e práticas contemporâneas. Petrópolis (RJ): Editora Vozes, 1997.
[1]
Graduando 2º Semestre de Licenciatura em Pedagogia pela Universidade La Salle,
Lucas do Rio Verde.
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