terça-feira, 8 de maio de 2012

Ética e curriculo


VALORES ÉTICOS E CURRICULO, PARCERIA INDISSOCIÁVEL

Daniela Miketen[1]
danimiketen@gmail.com


RESUMO

A educação é um dos setores sociais mais influente, pois todos passam pela instituição escolar para que a partir dela se estabeleçam nos demais setores. Essa característica de base, dá a educação uma importância elevada, e por isso seu currículo deve também oferecer ao aluno subsídios que o preparem para a compreensão das disciplinas básicas, bem como a reflexão sobre o seu dia-a-dia. A ética é conteúdo universal e por isso deve estar integrada ao currículo educacional do nível básico ao superior, por atender a necessidade que o homem tem de compreender seu mundo e as relações nele existente, mais que isso, saber conviver melhor. Contudo, não é suficiente falar sobre valores éticos e morais, mas é necessário efetivá-los para que uma transformação possa realmente acontecer, essa efetivação é individual e acontece a partir da compreensão que o individuo tem de si mesmo e da formação de seus valores a partir dos quais ele responde aos dilemas diários. Conversar sobre os valores éticos no currículo educacional é como reconquistar conversas perdidas sobre o mundo e a sociedade. É trazer uma consciência do atual momento e uma reflexão profunda sobre o comportamento do homem nesse momento, mais que isso, poder visualizar alternativas que fariam da sociedade atual, um ambiente de melhores relações.
Palavras chaves: Moral.Ética.Curriculo Educacional


1. APRESENTAÇÃO

Quando um individuo demonstra seus valores através de suas atitudes em relação à vida e a socialização, ele está efetivando seus valores morais. Já quando se trata de obedecer as regras práticas, leis, códigos de conduta, que existem para melhorar a convivência, falamos dos valores éticos. De acordo com Platão (2000), esses códigos de conduta só serão devidamente seguidos se a pessoa interiorizar o significado dessas ações, caso contrário, ela o fará apenas quando for fiscalizada, ou estiver sob observação.
Para que uma pessoa saiba viver e conviver, ela será educada, não nasce pronta. A instituição escolar tem um papel importante nessa formação. A questão é: o currículo pode influenciar para que os valores éticos e morais sejam efetivos na vida do individuo?
Veremos que o conhecimento ético traz responsabilidades sociais, e há diferentes pontos de vista sobre a mesma situação, mas o objetivo principal desse artigo é enfatizar que os valores éticos e morais que o homem cultiva, tem influencia direta em suas ações, e os debates e aplicações relacionadas a ética devem estar presentes no currículo escolar como uma maneira de preparar o individuo para responder conscientemente aos dilemas que vê no seu convívio.
“A educação proporciona ao individuo uma sabedoria prática que lhe possibilite agir segundo a melhor escolha para a consecução do fim considerado bom” (UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASILIA – UCB, 2011). Essa citação afirma mais uma vez a importância da educação como formadora de opinião e de desenvolvimento humano e social.

2. ÉTICA NA EDUCAÇÃO

Em aproximadamente 1940, a educação tradicional compreendia a educação como uma preparação para o mercado de trabalho, após muitas lutas e mudanças no sistema é que a reflexão, autonomia e diálogos foram possíveis para melhorar o sistema educacional.
Mais que preparar para o mercado de trabalho, a educação promoveu, quando possível, mudanças de pensamento que consequentemente mudaram atitudes. Fortaleceu mentes inovadoras, empenhou-se em revoluções e desbravou caminhos quando não se ateve ao método tradicionalista.
Isso mostra que a educação sempre foi o melhor ambiente para pensar sobre a vida e os comportamentos humanos, principalmente, porque a vida traz dilemas éticos dos mais diversos. São situações diárias com as quais os profissionais precisam aprender a trabalhar e agir.
A escola deve ser participante do processo de reflexão. Ela não decidirá por seus educandos, mas deve despertar questões para que cada um descubra seus próprios conceitos morais e como respondem aos dilemas éticos, tentando ao máximo, promover ações justas e verdadeiras.
O art. 1º da Constituição Federal traz, entre outros, como fundamentos da República Federativa do Brasil “a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político. De acordo com esses fundamentos, todo ser humano, sem distinção, merece tratamento digno correspondente a um valor moral” (PCN’S, 2011, p.8) . 
Outros trechos da Constituição remetem à questões morais. No art. 3º, lê-se que constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (entre outros):
I) construir uma sociedade livre, justa e solidária; III) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Não é difícil identificar valores morais em tais objetivos, que falam em justiça, igualdade, solidariedade, e sua coerência com os outros fundamentos apontados. No título II, art. 5º, mais itens esclarecem as bases morais escolhidas pela sociedade brasileira: I) homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações; (...) III) ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (...) VI) é inviolável a liberdade de consciência e de crença (...); X) são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (...), (PCN´S, 2011, p.8).

Percebe-se que a partir da constituição federal, há uma preocupação em que todas as pessoas sejam valorizadas e livres. Há também a preocupação para que os direitos sejam iguais e que sejam tratadas com humanidade.
A escola desenvolve papel fundamental na formação de consciência crítica construtiva para validar a ética que ajudará o individuo a preservar uma conduta que traga vida aos princípios constitucionais.
A educação não tem autonomia para desenvolver a ética como disciplina, mas como tema transversal. A ética é assunto atual e totalmente apropriado para ser tratado em todas as disciplinas e em todo contexto educacional, porque a partir dessa construção é que se formarão cidadãos mais conscientes de suas ações. Mas para isso, é necessário efetivar os valores éticos, sem a qual, tudo não passa de um ritual.

2.1  Efetivação de valores éticos

Pessoas que fazem as coisas, cumprem leis e seguem regras por medo das consequencias são a maioria na sociedade. Efetivar é fazer com a razão, ou seja, compreendendo sua ação.
A ética só pode ser legitimada pela moral, quando alguém faz o que é necessário não apenas por obrigação de lei.  Parafraseando Aristóteles, fazer ou não fazer? Eis a questão.
Bordignon (2011) escreve que segundo Piaget, há níveis de desenvolvimento moral que pode ser observado da seguinte maneira:
·         0-2 anos, desenvolvimento Pré-moral: a criança não tem nenhuma consciência moral, nem noção do certo ou errado, ela capta os conceitos de ser, sentir e viver dos pais.
·         2-8 anos, Heteronomia Moral: a criança tem, numa atitude unilateral, um respeito absoluto aos mais velhos. As normas são totalmente exteriores.
·         8-12 anos, Semi-Autonomia: a criança inicia-se no conhecimento das regras e na capacidade de diferenciação entre deveres e regras, entre o que pode buscar e decidir e o que é norma externa, dos adultos.
·         Após os 12 anos, Autonomia Moral: ela é capaz de elaborar suas próprias formas de pensar e agir, escolher valores, orientações e normas de vida. A consciência moral torna-se independente das normas prescritas pelos outros, reconhecendo sua necessidade, mas reforçando a interpretação e construção pessoal dos princípios.
Bordignon (2011) escreve ainda que Kohlberg apresenta a construção moral nos seguintes níveis:
1. Nível Pré-Convencional: As decisões morais são geradas a partir de acontecimentos externos, obediência às regras e a autoridade por medo de castigo ou punição.
2. Nível Convencional: As decisões morais são geradas a partir de expectativas e papéis socialmente reconhecidos e definidos pelo grupo ou sociedade de interesse. A perspectiva sócio-moral é a do grupo de interesse.
3. Nível Pós-Convencional ou Baseado em Princípios: As decisões morais são geradas a partir de direitos, valores e princípios com que todos concordam para compor uma sociedade destinada a ter práticas justas e benéficas. A perspectiva sócio-moral é a partir dos valores e princípios universais.
Tanto Piaget como Kohlberg mostram que o individuo passa por um processo de construção moral que são efetivados ao longo do tempo, conforme compreensão e práticas desses.
Para que a ética tenha sentido na vida do individuo ele precisa ter esses valores morais efetivados dentro de si. Assim, ele assume uma postura de homem livre, porque sabe o que precisa fazer, sabe porque deve fazer e por compreender o principio por trás da lei, ele é capaz de obedecer conscientemente.
Porem, a efetivação completa dos valores acontece quando o individuo tem a oportunidade de agir e expor o que está construído dentro de si. Essa ação acontece num contexto que também é importante ponto a ser considerado, pois cada contexto tem seus próprios dilemas éticos.

2.2 Contextualização e compreensão de principios éticos universais

Efetivar valores éticos e morais está também relacionado a compreensão e contextualização desses valores ao momento que vivemos.
Contextualizar é pensar princípios éticos e morais básicos que facilitam a convivência entre as pessoas de maneira generalizada.
Em sala de aula encontram-se, por exemplo, pessoas de diferentes culturas e contextos, cada uma diante do que vive apresenta comportamentos distintos, muitas vezes esses comportamentos impedem uma boa convivência.
Há uma grande dificuldade de universalizar os valores éticos, uma vez que os costumes mudam e o que ontem era errado hoje pode ser aceito, também o que é aceito em uma cultura pode ser rejeitado em outros lugares, do mesmo país até (VALLS, 1994). Nesse sentido um comportamento correto em ética seria um comportamento adequado aos costumes  vigentes, enquanto vigentes.
Assim como os costumes variam, os valores que os acompanham também variam de um povo a outro, uma época a outra.
Kant (1980) buscava uma ética de validade universal, que se apoiasse na igualdade fundamental entre os homens. Sua filosofia se volta sempre, em primeiro lugar, para o homem, e se chama filosofia transcendental porque busca encontrar no homem as condições de possibilidade do conhecimento verdadeiro e do agir livre. Ele entendia que a igualdade entre os homens era fundamental para o desenvolvimento ético.
É possível perceber que universalizar a ética no sentido de torná-la igual a todos os povos e em todos os lugares é algo inapropriado. Mas é possível considerar os comportamentos em vigor e analisá-los sob perspectiva de valores e princípios dentro de determinado contexto e também visando o bem comum, para que se possa construir uma ética universalizada.
Segundo Vasquez (2010), a ética é teoria, investigação ou explicação das experiências humanas ou forma de comportamento dos homens considerando a sua totalidade, diversidade e variedade. O valor da ética está naquilo que explica e não no fato de prescrever ações concretas, ela é a explicação daquilo que foi ou é com o objetivo e fazer refletir sobre o fato dos homens terem recorrido a praticas morais diferentes e até opostas  ao decorrer do tempo. Não lhe cabe formular juízos em nome de uma moral absoluta e universal, mas explicar a razão de ser desta pluralidade e mudanças de moral.
A discussão reflexiva sobre os comportamentos antigos e atuais faz com que o educando entenda algumas transformações de valores no homem e em seu contexto, ou movidos pelo seu contexto e é importante para trazer a sala de aula uma reflexão interior do atual contexto e os atuais valores que ele impõe.
Nisso a ética em sala de aula, não como disciplina, mas como reflexão integrada às disciplinas, é como um elemento fundamental para o desenvolvimento  crítico e saudável para conexão com os comportamentos morais práticos em sociedade e que tornam ainda mais efetivos os valores morais individuais
As mudanças sociais e humanas validam determinados comportamentos antigamente inaceitáveis. É possível compreender, contudo, que somente através da convivência é que pode-se observar de maneira mais clara essas mudanças. A ética é assunto apropriado a educação e está totalmente integrada as relações sociais.

3. ÉTICA NAS RELAÇÕES SOCIAIS

Educar é também dar subsídios para boas relações sociais, a escola é ambiente de relações sociais, e nessas sempre há a necessidade de exercer princípios éticos.
Vasquez (2010) aponta que a ética como reflexão está integrada a outras ciências que estudam as relações e comportamentos dos homens em sociedade, e contribui para esclarecer o tipo de comportamento moral.
Os agentes morais são indivíduos que vivem em sociedade, fazem parte de uma comunidade e seus atos influenciam as relações, tornando-as boas ou ruins, agradáveis ou desagradáveis, construtivas ou destrutivas. Por isso, o individuo não pode ter um comportamento moral unicamente individual, uma vez que esse comportamento afeta o social.
Vasquez (2010) descreve três aspectos básicos e fundamentais para a qualidade social da moral.
A) Cada pessoa se sujeita a determinados princípios, valores ou normas morais, mas é considerável que os indivíduos pertencem a épocas e comunidades diferentes, onde vigoram normas dominantes.
B) O comportamento moral é tanto um comportamento de indivíduos como de grupos sociais, cujas ações têm caráter coletivo. Mesmo quando se trata de um indivíduo em sua ação particular, sua atitude tem consequencias sociais e podem ser aprovadas ou desaprovadas pela maioria, os atos que não tem conseqüência alguma para o outro, não podem ser considerados atos morais.
C) As ideias, normas e relações sociais nascem e se desenvolvem em correspondência com uma necessidade social.
Nesses sentidos, a função social da moral é garantir determinada ordem social. E para isso, são criadas algumas vias, como o direito, que assegura o cumprimento de normas para a ordem social. A função social da moral é imutável.
O homem não apenas esta envolvido em relações  com o mundo, mas pode transformar essas relações de acordo com o objeto com o qual entra em contato ou com o tipo de necessidade que procura satisfazer.
A moral e a ética, em contexto social, estão relacionadas às ações do individuo, e todas as ações são acompanhadas de suas consequencias. Por isso, são atitudes de responsabilidade social.

3.1 Responsabilidade Moral

Há diversos motivos que fazem com que o individuo se esquive de suas responsabilidades morais. A maior de todas as desculpas é quando ele diz que não sabia, não viu, não percebeu determinados fatores e por isso cometeu atitudes imorais.
Muitas vezes a ignorância se torna uma desculpa, e o “jeitinho brasileiro” impõe uma serie de inadimplências porque motiva o individuo a manter ações ilegais e escapar-se delas por meio de argumentos psicológicos, emocionais ou até mesmo políticos.
Vasquez (2010) argumenta que a ignorância não pode eximir alguém da responsabilidade quando esse individuo ignora que poderia ter conhecido algo que deveria conhecer.
A ignorância somente pode eximir um individuo de sua responsabilidade social quando ele não é responsável por essa ignorância, ou seja, quando está impossibilitado, por motivos pessoais, históricos ou sociais, de ser consciente de seu
Ato social.
Já, uma maneira de isenção de responsabilidade é quando o sujeito está sob pressão externa e perde o controle de seus atos, não podendo decidir por si mesmo. Quando é forçado a agir em consequência de outros, em que não resta espaço para decidir por si próprio.
Essas questões são naturais ao dia-a-dia, e cabe ao homem agir com liberdade. O homem é livre para agir, escolher, decidir, mas essa liberdade acarreta uma consciência dos fins dos atos que pretende realizar. A responsabilidade moral pressupõe certo grau de liberdade, responsabilidade moral, liberdade e necessidade estão entrelaçadas no ato moral, (VASQUEZ, 2010).
Dessa forma, o homem muitas vezes tem de agir sob pressão e assim, perde o controle de suas ações, mas em maioria, age conscientemente, e faz-se vítima mesmo assim, as consequências devem ser medidas e analisadas a luz de todo o contexto.
Todos esses aspectos tratados até então, precisam estar relacionados transversalmente no currículo escolar como forma de aplicar as discussões e buscar de todas as formas efetivar valores éticos. A seguir alguns rascunhos de como esse currículo poderia ser desenvolvido, baseando-se nos princípios de convívio e responsabilidade social.

4. ÉTICA E CURRICULO (PCN)

A partir da compreensão de que a educação é caminho fértil para semear reflexões sobre como efetivar valores éticos e morais, foram escolhidos dois temas, que associados ao currículo escolar, são relevantes para o melhor desenvolvimento critico social, são eles:
A. Convívio
B. Responsabilidade

4.1 Convívio

Como já foi analisado anteriormente, o homem só pode ter um comportamento moral quando este está relacionado ao outro. Quando o que faz não interfere em nada na vida do outro, não é um comportamento moral. Isso implica em relações, convívio.
A sala de aula é por si mesma uma boa experiência de convívio, pois reúne pessoas de diferentes grupos sociais e pode trabalhar a arte de viver bem. O educando será constantemente desafiado a agir pensando nas complicações dessa ação em relação à sala toda.
De 0 a 2 anos esse convívio será percebido através da ação dos pais e professores e de 8 a 12 anos esse conhecimento será aperfeiçoado até que possa decidir por si mesma. Por esses motivos também, a educação infantil é de grande importância na formação moral da criança. Os exemplos vistos através do comportamento dos professores serão base para a vida da criança e podem até conduzir suas ações futuras. A partir dos 12 anos, quando a criança, segundo Piaget, já é capaz de decidir, já desenvolveu internamente seus valores, a sala de aula representa uma ambiente em que ela irá descobrir os valores que possui. E em coletividade perceber se de fato são apropriados ao contexto.

Conteúdos a serem trabalhados:

·         Integração entre os alunos e observação de comportamento social.
·         Analise social a partir da observação do comportamento externo.

4.2 Responsabilidade

O convívio social, inevitavelmente traz responsabilidades sociais. É importante trabalhar em sala de aula as implicações das escolhas que o homem precisa fazer todos os dias e diferenciar aquilo que se faz sob pressão e o que se faz por negligencia. Motivar o educando a opinar e analisar comportamentos que vê todos os dias, refletindo se as ações que viu foram eticamente saudáveis e trouxeram ordem ou desordem ao convívio social.

Conteúdos a serem trabalhados:

·         Reflexão sobre as noticias que se vê no dia-a-dia a fim de opinar sobre as responsabilidades de tais atos.
·         Reflexão sobre a diferença entre agir sob pressão e agir com negligencia, buscando exemplos atuais que demonstram tal diferença.
·         Pensar no que se pode evitar quando o homem faz o que deve fazer.
·         Interiorizar os valores de justiça, solidariedade, responsabilidade como efetivos para um bom convívio social.

4.3 Os critérios de avaliação

Para avaliar esses conteúdos, uma vez que não são uma disciplina a parte, mas uma integração a outras disciplinas, é necessário fazê-lo através de avaliação contínua de comportamento, participação, diálogo e  práticas que possam demonstrar avanços em relação à interiorização do conhecimento ético e a relação desse com o mundo.
Na história poderão ser observados os comportamentos e regras que os homens tinham e que hoje não são mais aceitos, buscando refletir por que essas mudanças aconteceram, o que mudou no homem.
Na geografia pode ser abordado a responsabilidade ética ambiental, observando as transformações que aconteceram na natureza, e a responsabilidade do homem diante delas.
Na língua portuguesa uma reflexão sobre interpretação textual em relação à sociedade.
Essas e outras disciplinas podem integrar em seu currículo abordagens didáticas que trazem significado ao conteúdo e reflexão sobre o sentido dele em contexto social, levando o educando a reflexão e prática que possam melhorar a educação, e a própria sociedade.

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O currículo escolar não apenas pode, mas deve propor a interação entre o individuo e o meio em que vive, efetivando seus valores éticos e morais.
A escola é participante ativa do processo de reflexão social, e quando desperta questões para que o aluno descubra seu ponto de vista, seu conceito moral e como responde aos dilemas éticos, ela tem a oportunidade de fazer com que este aluno conscientize-se do seu pensar.
Quando o homem efetiva seus valores morais e éticos ele torna-se alguém livre, pois tem autonomia para agir de acordo com esses valores a qualquer momento e sob qualquer circunstancia. O currículo escolar pode proporcionar meios para efetivar esses valores, pode promover discussões em que esses conceitos sejam avaliados e modificados.
Além disso, a inclusão da ética no currículo dá ao aluno subsídios para que tenha boas relações sociais, pois compreende que dentro de si se formam valores que transformados em atitudes tem uma influencia contextualizada e atinge pessoas com as quais convive.
Por meio do currículo escolar, integrado a todas as disciplinas, as discussões éticas e morais podem despertar no aluno uma consciência mais crítica sobre o mundo e tudo que ele observa no mundo. Mais que conscientizar-se do que acontece, ele pode apropriar-se de sua responsabilidade social.
A ética é integrante de todos os aspectos sociais, está presente em tudo que acontece diariamente, por isso não pode ficar fora das disciplinas educacionais, pois contribui para melhor entender as mudanças no comportamento do homem e posicionar-se em relação ao tempo presente.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORGIGNON, Nelso Antonio. O Desenvolvimento Moral de Kohlberg. Manuscrito,,2011.

PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCN, Ética Ensino Fundamental 1º a 4º Séries, 2011

UCB, Ética; Brasília, 2011

VALLS, Álvaro L. M. Coleção Primeiros Passos nº177. Editora Brasiliense. 1994.

VÁSQUEZ, Adolfo Sanches; Ética. Ed. 31, Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.




[1] Graduando Pedagogia pela Universidade La Salle em Lucas do Rio Verde-MT.

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