VALORES ÉTICOS E CURRICULO, PARCERIA INDISSOCIÁVEL
Daniela Miketen[1]
danimiketen@gmail.com
RESUMO
A
educação é um dos setores sociais mais influente, pois todos passam pela
instituição escolar para que a partir dela se estabeleçam nos demais setores. Essa
característica de base, dá a educação uma importância elevada, e por isso seu
currículo deve também oferecer ao aluno subsídios que o preparem para a
compreensão das disciplinas básicas, bem como a reflexão sobre o seu dia-a-dia.
A ética é conteúdo universal e por isso deve estar integrada ao currículo
educacional do nível básico ao superior, por atender a necessidade que o homem
tem de compreender seu mundo e as relações nele existente, mais que isso, saber
conviver melhor. Contudo, não é suficiente falar sobre valores éticos e morais,
mas é necessário efetivá-los para que uma transformação possa realmente
acontecer, essa efetivação é individual e acontece a partir da compreensão que
o individuo tem de si mesmo e da formação de seus valores a partir dos quais
ele responde aos dilemas diários. Conversar sobre os valores éticos no
currículo educacional é como reconquistar conversas perdidas sobre o mundo e a
sociedade. É trazer uma consciência do atual momento e uma reflexão profunda
sobre o comportamento do homem nesse momento, mais que isso, poder visualizar
alternativas que fariam da sociedade atual, um ambiente de melhores relações.
Palavras
chaves: Moral.Ética.Curriculo Educacional
1. APRESENTAÇÃO
Quando um individuo demonstra seus valores através de
suas atitudes em relação à vida e a socialização, ele está efetivando seus
valores morais. Já quando se trata de obedecer as regras práticas, leis,
códigos de conduta, que existem para melhorar a convivência, falamos dos
valores éticos. De acordo com Platão (2000), esses códigos de conduta só serão
devidamente seguidos se a pessoa interiorizar o significado dessas ações, caso
contrário, ela o fará apenas quando for fiscalizada, ou estiver sob observação.
Para que uma pessoa saiba viver e conviver, ela será
educada, não nasce pronta. A instituição escolar tem um papel importante nessa
formação. A questão é: o currículo pode influenciar para que os valores éticos
e morais sejam efetivos na vida do individuo?
Veremos que o conhecimento ético traz responsabilidades
sociais, e há diferentes pontos de vista sobre a mesma situação, mas o objetivo
principal desse artigo é enfatizar que os valores éticos e morais que o homem
cultiva, tem influencia direta em suas ações, e os debates e aplicações
relacionadas a ética devem estar presentes no currículo escolar como uma
maneira de preparar o individuo para responder conscientemente aos dilemas que
vê no seu convívio.
“A educação proporciona ao individuo uma sabedoria
prática que lhe possibilite agir segundo a melhor escolha para a consecução do
fim considerado bom” (UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASILIA – UCB, 2011). Essa
citação afirma mais uma vez a importância da educação como formadora de opinião
e de desenvolvimento humano e social.
2. ÉTICA NA EDUCAÇÃO
Em aproximadamente 1940, a educação tradicional compreendia
a educação como uma preparação para o mercado de trabalho, após muitas lutas e
mudanças no sistema é que a reflexão, autonomia e diálogos foram possíveis para
melhorar o sistema educacional.
Mais que preparar para o mercado de trabalho, a educação
promoveu, quando possível, mudanças de pensamento que consequentemente mudaram
atitudes. Fortaleceu mentes inovadoras, empenhou-se em revoluções e desbravou
caminhos quando não se ateve ao método tradicionalista.
Isso mostra que a educação sempre foi o melhor ambiente
para pensar sobre a vida e os comportamentos humanos, principalmente, porque a
vida traz dilemas éticos dos mais diversos. São situações diárias com as quais
os profissionais precisam aprender a trabalhar e agir.
A escola deve ser participante do processo de reflexão.
Ela não decidirá por seus educandos, mas deve despertar questões para que cada
um descubra seus próprios conceitos morais e como respondem aos dilemas éticos,
tentando ao máximo, promover ações justas e verdadeiras.
O art. 1º da Constituição Federal traz, entre outros,
como fundamentos da República Federativa do Brasil “a dignidade da pessoa humana
e o pluralismo político. De acordo com esses fundamentos, todo ser humano, sem
distinção, merece tratamento digno correspondente a um valor moral” (PCN’S,
2011, p.8) .
Outros trechos da Constituição remetem à questões morais.
No art. 3º, lê-se que constituem
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (entre outros):
I)
construir uma sociedade livre, justa e solidária; III) erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV) promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação. Não é difícil identificar valores morais em
tais objetivos, que falam em justiça, igualdade, solidariedade, e sua coerência
com os outros fundamentos apontados. No título II, art. 5º, mais itens
esclarecem as bases morais escolhidas pela sociedade brasileira: I) homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações; (...) III) ninguém será submetido
a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (...) VI) é inviolável a
liberdade de consciência e de crença (...); X) são invioláveis a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem das pessoas (...), (PCN´S, 2011, p.8).
Percebe-se que a partir da constituição federal, há uma
preocupação em que todas as pessoas sejam valorizadas e livres. Há também a
preocupação para que os direitos sejam iguais e que sejam tratadas com humanidade.
A escola desenvolve papel fundamental na formação de
consciência crítica construtiva para validar a ética que ajudará o individuo a preservar
uma conduta que traga vida aos princípios constitucionais.
A educação não tem autonomia para desenvolver a ética
como disciplina, mas como tema transversal. A ética é assunto atual e
totalmente apropriado para ser tratado em todas as disciplinas e em todo
contexto educacional, porque a partir dessa construção é que se formarão
cidadãos mais conscientes de suas ações. Mas para isso, é necessário efetivar
os valores éticos, sem a qual, tudo não passa de um ritual.
2.1 Efetivação de valores éticos
Pessoas que fazem as coisas, cumprem leis e seguem regras
por medo das consequencias são a maioria na sociedade. Efetivar é fazer com a
razão, ou seja, compreendendo sua ação.
A ética só pode ser legitimada pela moral, quando alguém
faz o que é necessário não apenas por obrigação de lei. Parafraseando Aristóteles, fazer ou não fazer? Eis a questão.
Bordignon (2011) escreve que segundo Piaget, há níveis de
desenvolvimento moral que pode ser observado da seguinte maneira:
·
0-2 anos,
desenvolvimento Pré-moral: a criança não tem nenhuma consciência moral, nem
noção do certo ou errado, ela capta os conceitos de ser, sentir e viver dos
pais.
·
2-8 anos, Heteronomia
Moral: a criança tem, numa atitude unilateral, um respeito absoluto aos mais
velhos. As normas são totalmente exteriores.
·
8-12 anos,
Semi-Autonomia: a criança inicia-se no conhecimento das regras e na capacidade
de diferenciação entre deveres e regras, entre o que pode buscar e decidir e o
que é norma externa, dos adultos.
·
Após os 12 anos,
Autonomia Moral: ela é capaz de elaborar suas próprias formas de pensar e agir,
escolher valores, orientações e normas de vida. A consciência moral torna-se
independente das normas prescritas pelos outros, reconhecendo sua necessidade,
mas reforçando a interpretação e construção pessoal dos princípios.
Bordignon (2011) escreve ainda que Kohlberg apresenta a
construção moral nos seguintes níveis:
1. Nível Pré-Convencional: As decisões morais são geradas a partir de
acontecimentos externos, obediência às regras e a autoridade por medo de
castigo ou punição.
2. Nível Convencional: As decisões morais são geradas a partir de expectativas e
papéis socialmente reconhecidos e definidos pelo grupo ou sociedade de
interesse. A perspectiva sócio-moral é a do grupo de interesse.
3. Nível Pós-Convencional ou Baseado em Princípios: As decisões morais são geradas a partir de direitos,
valores e princípios com que todos concordam para compor uma sociedade
destinada a ter práticas justas e benéficas. A perspectiva sócio-moral é a
partir dos valores e princípios universais.
Tanto Piaget como Kohlberg mostram que o individuo passa
por um processo de construção moral que são efetivados ao longo do tempo,
conforme compreensão e práticas desses.
Para que a ética tenha sentido na vida do individuo ele
precisa ter esses valores morais efetivados dentro de si. Assim, ele assume uma
postura de homem livre, porque sabe o que precisa fazer, sabe porque deve fazer
e por compreender o principio por trás da lei, ele é capaz de obedecer conscientemente.
Porem, a efetivação completa dos valores acontece quando
o individuo tem a oportunidade de agir e expor o que está construído dentro de
si. Essa ação acontece num contexto que também é importante ponto a ser
considerado, pois cada contexto tem seus próprios dilemas éticos.
2.2 Contextualização e compreensão de
principios éticos universais
Efetivar valores éticos e morais está também relacionado
a compreensão e contextualização desses valores ao momento que vivemos.
Contextualizar é pensar princípios éticos e morais
básicos que facilitam a convivência entre as pessoas de maneira generalizada.
Em sala de aula encontram-se, por exemplo, pessoas de
diferentes culturas e contextos, cada uma diante do que vive apresenta
comportamentos distintos, muitas vezes esses comportamentos impedem uma boa
convivência.
Há uma grande dificuldade de universalizar os valores
éticos, uma vez que os costumes mudam e o que ontem era errado hoje pode ser
aceito, também o que é aceito em uma cultura pode ser rejeitado em outros
lugares, do mesmo país até (VALLS, 1994). Nesse sentido um comportamento
correto em ética seria um comportamento adequado aos costumes vigentes, enquanto vigentes.
Assim como os costumes variam, os valores que os
acompanham também variam de um povo a outro, uma época a outra.
Kant (1980) buscava uma ética de validade universal, que
se apoiasse na igualdade fundamental entre os homens. Sua filosofia se volta
sempre, em primeiro lugar, para o homem, e se chama filosofia transcendental
porque busca encontrar no homem as condições de possibilidade do conhecimento
verdadeiro e do agir livre. Ele entendia que a igualdade entre os homens era fundamental
para o desenvolvimento ético.
É possível perceber que universalizar a ética no sentido
de torná-la igual a todos os povos e em todos os lugares é algo inapropriado.
Mas é possível considerar os comportamentos em vigor e analisá-los sob
perspectiva de valores e princípios dentro de determinado contexto e também
visando o bem comum, para que se possa construir uma ética universalizada.
Segundo Vasquez (2010), a ética é teoria, investigação ou
explicação das experiências humanas ou forma de comportamento dos homens
considerando a sua totalidade, diversidade e variedade. O valor da ética está
naquilo que explica e não no fato de prescrever ações concretas, ela é a
explicação daquilo que foi ou é com o objetivo e fazer refletir sobre o fato
dos homens terem recorrido a praticas morais diferentes e até opostas ao decorrer do tempo. Não lhe cabe formular
juízos em nome de uma moral absoluta e universal, mas explicar a razão de ser
desta pluralidade e mudanças de moral.
A discussão reflexiva sobre os comportamentos antigos e
atuais faz com que o educando entenda algumas transformações de valores no
homem e em seu contexto, ou movidos pelo seu contexto e é importante para
trazer a sala de aula uma reflexão interior do atual contexto e os atuais
valores que ele impõe.
Nisso a ética em sala de aula, não como disciplina, mas
como reflexão integrada às disciplinas, é como um elemento fundamental para o
desenvolvimento crítico e saudável para
conexão com os comportamentos morais práticos em sociedade e que tornam ainda
mais efetivos os valores morais individuais
As mudanças sociais e humanas validam determinados
comportamentos antigamente inaceitáveis. É possível compreender, contudo, que
somente através da convivência é que pode-se observar de maneira mais clara
essas mudanças. A ética é assunto apropriado a educação e está totalmente
integrada as relações sociais.
3. ÉTICA NAS RELAÇÕES SOCIAIS
Educar é também dar
subsídios para boas relações sociais, a escola é ambiente de relações sociais,
e nessas sempre há a necessidade de exercer princípios éticos.
Vasquez (2010) aponta que a
ética como reflexão está integrada a outras ciências que estudam as relações e
comportamentos dos homens em sociedade, e contribui para esclarecer o tipo de
comportamento moral.
Os agentes morais são
indivíduos que vivem em sociedade, fazem parte de uma comunidade e seus atos
influenciam as relações, tornando-as boas ou ruins, agradáveis ou
desagradáveis, construtivas ou destrutivas. Por isso, o individuo não pode ter
um comportamento moral unicamente individual, uma vez que esse comportamento
afeta o social.
Vasquez (2010) descreve três
aspectos básicos e fundamentais para a qualidade social da moral.
A) Cada pessoa se sujeita a determinados
princípios, valores ou normas morais, mas é considerável que os indivíduos
pertencem a épocas e comunidades diferentes, onde vigoram normas dominantes.
B) O comportamento moral é
tanto um comportamento de indivíduos como de grupos sociais, cujas ações têm
caráter coletivo. Mesmo quando se trata de um indivíduo em sua ação particular,
sua atitude tem consequencias sociais e podem ser aprovadas ou desaprovadas
pela maioria, os atos que não tem conseqüência alguma para o outro, não podem
ser considerados atos morais.
C) As ideias, normas e
relações sociais nascem e se desenvolvem em correspondência com uma necessidade
social.
Nesses sentidos, a função
social da moral é garantir determinada ordem social. E para isso, são criadas
algumas vias, como o direito, que assegura o cumprimento de normas para a ordem
social. A função social da moral é imutável.
O homem não apenas esta
envolvido em relações com o mundo, mas
pode transformar essas relações de acordo com o objeto com o qual entra em
contato ou com o tipo de necessidade que procura satisfazer.
A moral e a ética, em
contexto social, estão relacionadas às ações do individuo, e todas as ações são
acompanhadas de suas consequencias. Por isso, são atitudes de responsabilidade
social.
3.1 Responsabilidade
Moral
Há diversos motivos que
fazem com que o individuo se esquive de suas responsabilidades morais. A maior
de todas as desculpas é quando ele diz que não sabia, não viu, não percebeu
determinados fatores e por isso cometeu atitudes imorais.
Muitas vezes a ignorância se
torna uma desculpa, e o “jeitinho brasileiro” impõe uma serie de inadimplências
porque motiva o individuo a manter ações ilegais e escapar-se delas por meio de
argumentos psicológicos, emocionais ou até mesmo políticos.
Vasquez (2010) argumenta que
a ignorância não pode eximir alguém da responsabilidade quando esse individuo
ignora que poderia ter conhecido algo que deveria conhecer.
A ignorância somente pode
eximir um individuo de sua responsabilidade social quando ele não é responsável
por essa ignorância, ou seja, quando está impossibilitado, por motivos
pessoais, históricos ou sociais, de ser consciente de seu
Ato social.
Já, uma maneira de isenção
de responsabilidade é quando o sujeito está sob pressão externa e perde o
controle de seus atos, não podendo decidir por si mesmo. Quando é forçado a
agir em consequência de outros, em que não resta espaço para decidir por si
próprio.
Essas questões são naturais
ao dia-a-dia, e cabe ao homem agir com liberdade. O homem é livre para agir,
escolher, decidir, mas essa liberdade acarreta uma consciência dos fins dos
atos que pretende realizar. A responsabilidade moral pressupõe certo grau de
liberdade, responsabilidade moral, liberdade e necessidade estão entrelaçadas
no ato moral, (VASQUEZ, 2010).
Dessa forma, o homem muitas
vezes tem de agir sob pressão e assim, perde o controle de suas ações, mas em
maioria, age conscientemente, e faz-se vítima mesmo assim, as consequências
devem ser medidas e analisadas a luz de todo o contexto.
Todos esses aspectos
tratados até então, precisam estar relacionados transversalmente no currículo
escolar como forma de aplicar as discussões e buscar de todas as formas
efetivar valores éticos. A seguir alguns rascunhos de como esse currículo
poderia ser desenvolvido, baseando-se nos princípios de convívio e
responsabilidade social.
4. ÉTICA E CURRICULO (PCN)
A partir da compreensão de que a educação é caminho
fértil para semear reflexões sobre como efetivar valores éticos e morais, foram
escolhidos dois temas, que associados ao currículo escolar, são relevantes para
o melhor desenvolvimento critico social, são eles:
A. Convívio
B. Responsabilidade
4.1 Convívio
Como já foi analisado anteriormente, o homem só pode ter
um comportamento moral quando este está relacionado ao outro. Quando o que faz
não interfere em nada na vida do outro, não é um comportamento moral. Isso
implica em relações, convívio.
A sala de aula é por si mesma uma boa experiência de
convívio, pois reúne pessoas de diferentes grupos sociais e pode trabalhar a
arte de viver bem. O educando será constantemente desafiado a agir pensando nas
complicações dessa ação em relação à sala toda.
De 0 a 2 anos esse convívio será percebido através da
ação dos pais e professores e de 8 a 12 anos esse conhecimento será
aperfeiçoado até que possa decidir por si mesma. Por esses motivos também, a
educação infantil é de grande importância na formação moral da criança. Os
exemplos vistos através do comportamento dos professores serão base para a vida
da criança e podem até conduzir suas ações futuras. A partir dos 12 anos,
quando a criança, segundo Piaget, já é capaz de decidir, já desenvolveu
internamente seus valores, a sala de aula representa uma ambiente em que ela
irá descobrir os valores que possui. E em coletividade perceber se de fato são
apropriados ao contexto.
Conteúdos
a serem trabalhados:
·
Integração entre os
alunos e observação de comportamento social.
·
Analise social a
partir da observação do comportamento externo.
4.2 Responsabilidade
O convívio social, inevitavelmente traz responsabilidades
sociais. É importante trabalhar em sala de aula as implicações das escolhas que
o homem precisa fazer todos os dias e diferenciar aquilo que se faz sob pressão
e o que se faz por negligencia. Motivar o educando a opinar e analisar
comportamentos que vê todos os dias, refletindo se as ações que viu foram eticamente
saudáveis e trouxeram ordem ou desordem ao convívio social.
Conteúdos
a serem trabalhados:
·
Reflexão sobre as noticias
que se vê no dia-a-dia a fim de opinar sobre as responsabilidades de tais atos.
·
Reflexão sobre a
diferença entre agir sob pressão e agir com negligencia, buscando exemplos
atuais que demonstram tal diferença.
·
Pensar no que se pode
evitar quando o homem faz o que deve fazer.
·
Interiorizar os
valores de justiça, solidariedade, responsabilidade como efetivos para um bom
convívio social.
4.3 Os critérios de avaliação
Para avaliar esses conteúdos, uma vez que não são uma
disciplina a parte, mas uma integração a outras disciplinas, é necessário
fazê-lo através de avaliação contínua de comportamento, participação, diálogo
e práticas que possam demonstrar avanços
em relação à interiorização do conhecimento ético e a relação desse com o
mundo.
Na história poderão ser observados os comportamentos e
regras que os homens tinham e que hoje não são mais aceitos, buscando refletir
por que essas mudanças aconteceram, o que mudou no homem.
Na geografia pode ser abordado a responsabilidade ética
ambiental, observando as transformações que aconteceram na natureza, e a
responsabilidade do homem diante delas.
Na língua portuguesa uma reflexão sobre interpretação
textual em relação à sociedade.
Essas e outras disciplinas podem integrar em seu
currículo abordagens didáticas que trazem significado ao conteúdo e reflexão
sobre o sentido dele em contexto social, levando o educando a reflexão e
prática que possam melhorar a educação, e a própria sociedade.
5. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O currículo escolar não apenas pode, mas deve propor a
interação entre o individuo e o meio em que vive, efetivando seus valores
éticos e morais.
A escola é participante ativa do processo de reflexão
social, e quando desperta questões para que o aluno descubra seu ponto de
vista, seu conceito moral e como responde aos dilemas éticos, ela tem a
oportunidade de fazer com que este aluno conscientize-se do seu pensar.
Quando o homem efetiva seus valores morais e éticos ele
torna-se alguém livre, pois tem autonomia para agir de acordo com esses valores
a qualquer momento e sob qualquer circunstancia. O currículo escolar pode
proporcionar meios para efetivar esses valores, pode promover discussões em que
esses conceitos sejam avaliados e modificados.
Além disso, a inclusão da ética no currículo dá ao aluno
subsídios para que tenha boas relações sociais, pois compreende que dentro de
si se formam valores que transformados em atitudes tem uma influencia
contextualizada e atinge pessoas com as quais convive.
Por meio do currículo escolar, integrado a todas as
disciplinas, as discussões éticas e morais podem despertar no aluno uma
consciência mais crítica sobre o mundo e tudo que ele observa no mundo. Mais
que conscientizar-se do que acontece, ele pode apropriar-se de sua
responsabilidade social.
A ética é integrante de todos os aspectos sociais, está
presente em tudo que acontece diariamente, por isso não pode ficar fora das
disciplinas educacionais, pois contribui para melhor entender as mudanças no
comportamento do homem e posicionar-se em relação ao tempo presente.
6. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BORGIGNON, Nelso Antonio. O Desenvolvimento Moral de Kohlberg.
Manuscrito,,2011.
PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS – PCN, Ética Ensino
Fundamental 1º a 4º Séries, 2011
UCB, Ética; Brasília, 2011
VALLS, Álvaro L. M. Coleção Primeiros Passos nº177.
Editora Brasiliense. 1994.
VÁSQUEZ, Adolfo Sanches; Ética. Ed. 31, Ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
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