sexta-feira, 18 de maio de 2012

Eu e esse tal caminho


Uma vez me imaginei trilhando este caminho da vida com tanta pressa para chegar logo ao seu fim, que nem prestei atenção ao que existia no caminho.O que me movia era a ansiedade de chegar logo...Eu tenho isso de ser ansiosa pelo que irá acontecer, as vezes fico tão ansiosa que esqueço o processo, o como, o por que, o pra que. só quero mesmo ver o desfecho de tudo.E aí as coisas acontecem, tenho o desfecho, mas as vezes a sensação é que aquilo não foi tão perfeito assim.
A ideia que faço das coisas e até das pessoas, geralmente é bem melhor do que a realidade.Quero dizer com isso, que eu já perdi bastante do meu tempo de vida preocupada com desfechos, e já deixei de prestar devida atenção há muitos momentos importantes neste processo.Mas eu também já vivi intensamente muitos momentos, e a maioria deles não tiveram ainda seu desfecho.
Percebi a tempo que o caminho é tão importante.Percebi também que se parar um pouco para investir um tempo de conversa, um momento de distração, um pouco de lazer, não vai impedir que a minha caminhada continue, e vai com certeza melhorar a qualidade do meu processo.Hoje eu optei por fazer algumas escolhas, como não deixar essa ansiedade afetar a qualidade da minha vida.
Todos os dias tenho escolhas importantes para fazer, e a maioria delas acontecem dentro de mim, e eu as faço, consciente e segura.Hoje sou uma versão atualizada de mim, que se renovará amanhã, como disse Mario Sergio Cortella.
Quem me conheceu há tempos atrás, saberá que muitas coisas mudaram, porque me permiti caminhar em novidade de vida, e assim, me permito mudar de ideia quando percebo a incoerência delas.
Me permito olhar alguém, não gostar de imediato e mesmo assim não ficar pelo que julguei a priori, mas me permito conversar e então decidir ou não andar junto.Me permito sonhar, sorrir, e parar no caminho.Me permito errar, principalmente, porque aprendo muito quando erro, e muitas vezes só aprendo mesmo quando erro, é a teimosia, mas... ainda prefiro seguir em frente e talvez voltar depois, do que ficar imaginando como seria seguir em frente.Também me permito viver bem com as diferenças, ser séria e ser sorriso, ser triste e feliz.
Me permito viver intensamente os momentos que a vida me dá, com as sensações que despertam em mim.
As vezes eu ainda saio correndo neste caminho, doida de vontade de ver o desfecho de muitas coisas, mas aí, algo me lembra que eu já fiz isso varias vezes, e minha experiência de vida me pára, me coloca de novo no ritmo calmo e seguro.Eu sou uma andarilha em construção, viajante em observação, apaixonada sem noção...A ideia de vida como um caminho a ser trilhado, é pra mim algo muito real, eu gosto de pensar assim.Sei que a cada curva, esquina, avenida, algo diferente me espera, uma coisa que nunca vi, outras que não sei fazer. Então tenho sempre que ousar e aprender.E então, termino com a letra desta canção... que faz muito sentido para mim neste momento!


Depois da Curva
Amanhã, talvez
Esse vendaval faça algum sentido
Dá pra se dizer
Qualquer coisa sobre todo mundo

Por hoje é só
Vou deixar passar a ventania
Talvez amanhã
Vento, vela e velocidade

Mar azul, céu azul sem nuvens
Logo ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva

Amanhã talvez
Esse temporal saia do caminho
Dá pra escrever
O papel aceita toda qualquer coisa

Por hoje é só
Vou deixar passar a tempestade
Talvez amanhã
Água pura e toda verdade

Mar azul, céu azul sem nuvens
Logo ali depois da curva
Ali, logo ali,
Ali depois da curva

Ali, logo ali,
Ali depois da curva
Ali, logo ali
Eu vi, eu vim, venci a curva



sexta-feira, 11 de maio de 2012


A LIBERDADE DE ENSINAR E OS LIMITES DA ATUAÇÃO DOCENTE

Carmem Lucia de Oliveira Melo e Daniela Miketen
3º Per. Pedagogia Faculdade La Salle

SOBRE OS LIMITES DA ATUAÇÃO DOCENTE

A Constituição Federal, no art. 205, estabelece que a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Considera-se que, esta lei realmente seja cumprida. Na sequência, o art. 206, sustenta que o ensino será ministrado com base nos princípios de liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber e pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.
Ao mesmo tempo em que há na Constituição o direito de divulgar o pensamento, há uma limitação para tal.
O art. 209 diz que o ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as condições de cumprimento das normas gerais da educação nacional e autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Todos esses artigos Constitucionais nos remetem ao reconhecimento dos processos de formação escolar com uma ideia de total liberdade de ensinar e aprender até que começamos a enxergar as condições e acontece o desencanto.
De um lado, a liberdade, de outro a limitação, que traz muitas vezes uma frustração docente, por ter que seguir um sistema imposto, arcaico e que priva o alcance de resultados concretos em se tratando de formas pedagógicas mais diversificadas.
A obrigatoriedade de seguir as normas gerais de educação e as diretrizes curriculares já estabelecidas nos faz refletir sobre a “liberdade” da ação docente. Somos, com direitos perante as leis, todos iguais, buscamos os mesmos princípios relacionados à educação e ensino.
Não podemos nos acomodar, silenciando sem nos manifestar, sem buscar inovações e capacitações. Enfim, pode-se driblar as normas impostas, sem que para isso deixemos de ser dignos, sem desrespeitar, sem deixar de ser ético e atuar com moralidade.
Não pretendemos seguir a heteronomia, que seria o oposto da autonomia, nos conduzir somente pela razão, por forças externas, e sim, agirmos com dignidade e respeito.
Sabe-se que ao falarmos de liberdade e autonomia é muito mais complexo e discutível do que se possa imaginar, pois nos remete a socialização humana como um todo, a autonomia docente é recorrente nos discursos pedagógicos, mas será que esse discurso não é somente um slogan?
Será que os limites impostos não acabam anulando a liberdade professada? A impressão que temos, é que sim, esses limites têm uma proporção muito maior em relação às liberdades.

SOBRE A LIBERDADE DE ENSINAR

Por liberdade entende-se muitas vezes uma ação espontânea e inconsequente a mercê dos próprios anseios e pensamentos. Dessa maneira, confunde-se ao conceito popular de liberdade a apreensão de autonomia.
Observando a Constituição Federal, no título VIII, capítulo III, seção I, sobre a liberdade de ensinar, fica evidente que esta liberdade é uma via de mão dupla, porque envolve interesses de quem ensina e de quem aprende, conforme explica Rodrigues (2012).
Assim, a atuação docente acontece sob determinados aspectos pré-estabelecidos. Há quem entenda essas regras como uma maneira de minimizar a ação livre, ou condicioná-la.
De acordo com Kant, a liberdade é autonomia e a autonomia é liberdade, e a ação da vontade de uma pessoa, deve ao mesmo tempo, ser como um princípio de legislação universal. A razão humana deve se auto legislar e impor limites à sua própria liberdade.
Significa que cada pessoa deve ser capaz de administrar sua liberdade.
Dessa maneira, a liberdade docente está justamente em compreender os limites de sua ação em respeito a liberdade do outro, e num processo de interiorização, agir com autonomia, para o cumprimento de suas obrigações.
Os limites estipulados na Constituição Federal, não deveriam ser como inimigos mortais do docente, antes servem como uma maneira de universalizar os direitos para não deixar que as ações sejam regidas às próprias consciências, privilegiando uns e prejudicando outros.
Com um sistema normativo, a ação livre tem limites e obrigatoriamente devem-se respeitar também os limites do outro.
A liberdade em ensinar vai além do sistema, acontece de dentro para fora. Ainda que as ações docentes pareçam extremamente limitadas e condicionadas ao governo, que dita como deve ser, sugere a organização do currículo e todo funcionamento escolar, há sempre possibilidades de ações, depende de quem ensina e de sua disposição interior, assim como, depende de quem aprende a sua disposição interior em aprender.
O sistema limita sim, normatiza e universaliza a ação docente, mas a mente é um terreno livre.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

         Percebemos o fogo cruzado entre dois termos: liberdade e limite. A grande confusão está no fato de pensarmos que um deve existir distante do outro, como se a liberdade dispensasse limites e os limites fossem contrários à liberdade.
            Isso seria verdade em uma ilha isolada com um morador só, que pudesse fazer o que bem entendesse na vida, da vida e com seu tempo.
            Mas quando falamos em sociedade, falamos também de uma liberdade com limites, andando juntas em equilíbrio, para que as ações possam ser ponderadas, considerando a si mesmo, e o outro.
            Na educação, esse princípio deveria ser um exemplo.
            Contudo, é utopia essa ideia perfeita. Sabemos que a realidade é parcial, apesar de termos normas que regem uma igualdade, existe mesmo é muita desigualdade. Apesar de ser livre para aprender e ensinar, existe de verdade muitas cadeias, internas ou externas.
            A questão principal é: como nos orientarmos diante disso?
            Acreditamos que colocar a culpa toda no sistema não é solução, e além disso, é sempre muito fácil culpar alguém ou alguma coisa. Ficar choramingando pelos cantos também não trará solução. Há que entender o que é bom no sistema, e o que não é.
            Há que desenvolver um olhar atento, esperto, crítico e uma caminhada de participação nas decisões o máximo possível. Se as coisas não mudaram, que não seja porque não houve participação suficiente dos docentes.
            Se a classe docente fosse mais unida, e buscasse os interesses comuns, com certeza, haveria avanços maiores referente a liberdade de ensinar, a construção das diretrizes curriculares, e outros assuntos relacionados à educação.
            Mas, essa falta de unidade, faz com que andorinhas voem solitárias em seus conceitos pessoais, enquanto o verão vai embora. E outro verão vem, mas elas continuam lá, em seus ninhos confortáveis.
            Enquanto for possível atuar sob normas, que haja atuação eficiente. Se essas normas estão destruindo os docentes, a educação, os alunos, então é necessário posicionar-se para mudar. Depende dos olhares, das responsabilidades e disposições em encarar as circunstâncias para tentar mudar.



quinta-feira, 10 de maio de 2012

Breve metáfora... vidas secas


Quando era criança, morava em uma casa no interior do Mato Grosso com um grande quintal. Passava a maior parte do dia nele, junto com outras tantas crianças que apareciam por lá para brincar.
No quintal havia muitas árvores, eram pés de pitanga, de coco, manga, goiaba, laranja, acerola, e se houvesse mais espaço com certeza teríamos mais.
Minhas preferidas eram os pés de manga. Árvores grandes e boas para subir e descer. E, além disso, seu fruto era aguardado com tanta ansiedade que sua lembrança já dava água na boca.
Eram quatro no total, todas diferentes, manga rosa, borbom, coquinho, e uma em especial que nunca conhecemos seu fruto.
Essa última, era a mais mirrada, mais feia.
Meu pai tentava cuidar dela de várias formas, mexia na terra, aplicava inseticidas, regava. Tudo na esperança de que ela viesse enfim a produzir seu fruto, crescer e desenvolver-se.
Depois de tentar todas as possibilidades, meu pai decidiu cortá-la. Ela não fazia nem sombra, nunca conhecemos seu fruto, seus galhos não eram fortes o bastante para subirmos nela. Ela estava inútil. E foi cortada.
Não senti sua falta, hoje só lembrei-me dela porque estava meditando em Mateus 7.15-20, onde Jesus fala das árvores e seus frutos. Fala de conhecermos as árvores pelos seus frutos. E então, me veio à memória essa lembrança de infância. E compreendo muito bem o que Jesus estava querendo dizer.
Mas ele não estava falando de árvores literalmente, estava falando de nós.
Conhecemos as pessoas por suas atitudes. E muitas vezes à vista elas podem ser enganosas. Algumas pessoas não produzem, ficam a vida toda mirradas. Essas pessoas não fazem diferença quando partem.
Mas assim como na minha lembrança infantil, havia a figura do meu pai, que se preocupava em cuidar da árvore infrutífera, assim também penso que nosso Pai se preocupa em cuidar de nós. É como se Ele mesmo fosse nosso solo e nosso agricultor, nosso adubo e adubador, nossa água e nosso regador. Ele é o que nos mantém com vida e o que define a qualidade da nossa existência.
Contudo, há quem prefere enraizar-se em outros solos. E com o passar do tempo, não crescem, não produzem frutos e morrem.
Não sei você, mas eu que tenho na memória lembranças muito mais vivas dos pés de manga em que eu subia, dos frutos que experimentei e me deliciei, penso que a vida deve refletir nos outros coisas boas de lembrar.
Não sei você, mas eu também me sinto muitas vezes incapaz de tanta bondade. Só que há uma grande diferença que posso compartilhar que me sustenta e me mantém com vida, no sentido amplo. É que há alguém que cuida de mim, "poda" meus "galhos secos", refresca a "terra", e analisa meus frutos. E só porque tem alguém que cuida de mim dessa forma é que eu posso continuar me desenvolvendo como pessoa, posso ver esperança, posso sonhar, e posso amar outras pessoas. Só enraizada nessa verdade é que posso produzir bons frutos.
E pra terminar essa metáfora, queria que o mundo todo fosse como um grande pomar sadio e bonito. Que o mundo produzisse frutos de justiça, paz, amor, generosidade. Essas palavras que a gente diz em todo réveillon, mas que na íntegra, são só miragens.
Mas eu não me perco nas miragens, tenho esperanças.
Tenha você também esperança...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Inspiração


Inspiro-me!
Quando isso acontece tenho vontade de falar, de escrever algo que demonstre o que sinto.
Acordo sorrindo a toa, e converso com o cachorro enquanto reparto com ele meu pão.
Ando na rua conversando com Deus em voz alta, e quando alguém passa eu finjo que estou cantando para não pensarem que enlouqueci, mas as vezes não dá tempo, e a pessoa só balança a cabeça.

Tenho aquelas ideias malucas que nunca serão concretizadas, porque não há possibilidade alguma para isso, porque são ideias sem sentido, sem compromisso, engraçadas. Ideias que trazem o gostinho de viagem, de criatividade e suprem o desejo de sair do que parece uma rotina, mas no fundo não é.
Inspirar-me é tão bom.
O sol fica mais claro, o verde mais verde.
Aquela simples pedra no quintal ganha uma forma conhecida e de repente já não é mais uma simples pedra, é A PEDRA.
Assim também acontece com a cor da caneta que uso para escrever todos os dias, com o garfo, o prato, o sapato.
O dia passa e quando chega a hora de repousar, penso, já acabou? Que pena.
E então começo a me despedir dos verdes mais verdes, dos que me viram falando sozinha, do dia lindo, das palavras e parece que é o fim.
Mas a noite me cutuca e me faz ainda querer compartilhar algo, registrar o que foi e que um dia esquecerei. Então converso de novo com Aquele que me ouviu pela manhã, leu meus pensamentos, riu comigo das furadas do dia, me fez companhia e agora me ouve contar tudo de novo com ar de criança feliz e cheia de graça.
Não é nenhum tipo de entorpecente, nem a comida, a bebida, o clima... é algo que vem de dentro e vai se mostrando aqui e ali no dia. É inspiração!

Lucas do Rio Verde-MT



    Aqui em Lucas do Rio Verde, temos duas estações, a chuvosa e a seca. 
     Quando as águas encharcam este solo, o calor do dia nos faz sempre dizer: tomara que chova!
     Elas vêm tempestuosas e serenas, refrescantes e amedrontadoras. Fazem da semente planta perfeita.
     Atingem grandes e pequenos, motoqueiros e pedestres... todos, debaixo das mesmas águas. 
     Foi-se o tempo em que eram unânimes, ao norte e leste da cidade, hoje aqui chove um pouco, mas lá nem uma gota cai.
     Depois vêm a seca, com as tardes ensolaradas e as noites mais lindas que já vi.
     O céu tão estrelado, as brisas do dia, não há como não sentir-se acolhido pelo tempo.
     Esta cidade é assim... meu berço, meu jardim.
     Solo de minha história e quem sabe meu fim!
     Lucas do Rio Verde é lar, cheio de graça e mistério. Cidade crescente, com o interior em sua cultura. 
     E quantas culturas existem hoje aqui!
     Desafiados a viverem sob as mesmas águas e as mesmas brisas, compartilhando o mesmo solo, cada um com seus aspectos característicos e enriquecedores.
     Canto o hino desta terra que; 


Por detrás das verdes matas
Entre campos, rios e flores
Se formou uma cidade, com carinho e com amor
Que hoje é Lucas do Rio Verde
Com futuro promissor.

E os povos que aqui chegaram
Ao ver tantas belezas
Novas terras desbravaram
Explorando suas riquezas
Nestes campos enriquecidos
Trabalharam com nobreza.

E hoje com que orgulho
Venham ver nossa cidade
A certeza do progresso
Brotou a realidade
E a mocidade fez o futuro
Para nossa felicidade.

Quem nas lutas do passado
Um futuro se expandiu
Salve Lucas do Rio Verde
Com o céu cor de anil
Do Mato Grosso és orgulho
Do progresso do Brasil.

     Me preocupa esse desbravar de suas riquezas, o progresso e a realidade que o acompanha. Me preocupa também o futuro que a mocidade formará, pra a nossa felicidade? Será?
     Esta é Lucas do Rio Verde, o céu cor de anil, progresso, forças e fraquezas.
     Venham ver nossa cidade, se possível, venham formar junto com nossa cidade uma realidade mais feliz...

Para um pouco mais de apreciação...



terça-feira, 8 de maio de 2012

Convivência e Diversidade


CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL EM MEIO AS DIVERSIDADES CULTURAIS NO BRASIL

WANDSCHEER Lediane, FACLASALLE
MIKETEN Daniela, FACLASALLE
karlalediane@hotmail.com

RESUMO

O Brasil é um rico continente, tanto em matéria prima como em diversidade. Há anos travou-se uma luta a respeito das relações raciais estabelecidas ao longo da história, atualmente interpretadas como formas preconceituosas de ação. Nesse contexto, está a margem da sociedade qualquer grupo social que desenvolva uma cultura diferenciada, ou que tenha características físicas também diferentes da maioria. Isso é na verdade uma grande pobreza de idéias, pois o homem é homem e isso é universal, não há porque separar por características físicas ou econômicas determinados grupos, afirmando que esses não fazem parte de tal sociedade, pois fazer isso é eliminar a própria raça, é também uma maneira sem base real de dizer-se superior a outro. O Brasil é uma nação privilegiada por atrair pessoas de todos os lugares do mundo, mas não é ainda desenvolvedor de unidade. Justamente por ser o país de diversidades, é que deveria também ser o país da unidade. O que vemos, contudo, é discriminação. Nosso grupo de trabalho se adéqua ao GT2 relacionado a Educação e Diversidade Cultural e a forma de apresentação será oral.

Palavras-chave: Cultura.Pluralidade.Relação

INTRODUÇÃO

         Toda nação tem seu próprio histórico cultural. O Brasil nesse quesito é um país privilegiado. Aqui não há uma única expressão cultural dominante, mas uma variedade infinita de expressões que nos aproximam de qualquer outro lugar do mundo.
            Contudo, é perceptível que há disputas econômicas, de interesses públicos e privados, que trazem idéias negativas a respeito da convivência entre essas culturas. Desde a colonização brasileira, estabeleceu-se uma relação de domínio entre os povos. Cada qual deseja tornar-se ou dizer-se melhor que o outro. Isso é um desejo de monopolizar a nação em parâmetros de comportamento.
            Nesse contexto pergunta-se, como poderemos desenvolver uma relação saudável em meio às diversidades?
            Responder a essa questão é pensar em maneiras de assumir a identidade multicultural brasileira, valorizando e posicionando cada diferença como participante da nossa historia. A cultura que não possui uma única face, nem um único comportamento, mas que é construída por muitos diferentes.  Durante anos, vemos as discussões em torno da inclusão social como se pessoas de determinadas etnias não fossem parte da raça humana. Queremos propor uma discussão mais profunda em torno dos valores morais que podem ser desenvolvidos no homem para não pensar apenas em incluir e muitas vezes, apesar de incluído em um circulo de atividades rotineiras, acaba excluído da relação saudável. Ou a inclusão acontece por obrigação, se não existisse lei para tal, haveria inclusão? Ou por que se faz necessário construir argumentos legislativos para que todos possam ter os mesmos direitos? Não bastaria pensar que somos todos iguais enquanto homens e que nossas diferenças de cores, expressões culturais, etnolinguisticas são dádivas?
            É importante aceitar o fato de que jamais seremos uma cultura universal no sentido de apresentar-se com um padrão comportamental, e agir em torno desse conceito para então usufruir das vantagens da diversidade cultural e enriquecer nossos conceitos sobre essa discussão.
            O objetivo desse artigo é despertar a reflexão acerca das diferenças. Para isso iremos resgatar em breve palavras a historia da colonização brasileira, apontando para a chegada de outras culturas e a relação dominador/dominado estabelecida desde então. Também as dificuldades que temos em lidar com a diversidade, finalizando com o desafio de desenvolver um novo ciclo, uma nova história de relações saudáveis em meio à diversidade.

BRASIL, UM PAÍS DE DIVERSIDADES

            O Brasil apresenta uma grande dimensão territorial, e como conseqüência disso, apresenta uma vasta diversidade cultural, é um país de misturas, do branco, do negro, do pardo e do amarelo, onde se encontra descendentes de índios, africanos, europeus, alemães, japoneses, entre outros, que espelhados pelo nosso país formaram uma rica diversidade cultural.
            Em cada vilarejo, comunidade, cidade, encontramos diferentes sotaques: do nordestino ao sulista;  ritmos musicais: que vai do pagode ao forro; e diversos pratos típicos: como a feijoada e acarajé.
            Mas a história do nosso país, desde 1500 até os dias atuais foi bem diferente, foi descoberta, e desde seu início, com a chegada dos escravos, imigrantes ilegais, e os exilados ou degredados, fez com que o Brasil fosse declarado a partir de 1530 o lugar de degredo do pior grau (Rosa 1986). Ocorreu desde o inicio a imposição de uma raça superior a outra, que manchou e mancha a nossa história até os dias atuais com, descriminação, violência, humilhação e desigualdades sociais.
            O indígena: o “selvagem” que o português encontrou habitando o Brasil é de origem discutida e vivia na idade da pedra polida, não utilizava porem, a pedra como material de construção. Os primeiros povoadores chamaram esses selvagens de índios e consideravam-no dividido em dois grupos rivais: os tupis, que habitavam no litoral, e os tapuias residentes no interior.
Os escravos chegaram ao Brasil quando ele ainda era uma colônia de Portugal, os negros eram pegos a força e exportados da África para o mundo, eram trazidos em navios negreiros sem condições alguma de higiene, saúde e alimentação. Já no Brasil eram vendidos para senhores donos de fazendas, onde eram obrigados a trabalhar sem qualquer tipo de direito e sem salários. Quando a lavoura de cana estava mais desenvolvida no Brasil, se utilizou o braço do africano: em Pernambuco e na Bahia. Depois no rio de janeiro e São Paulo.
À medida que os índios iam extinguindo, pelo menos afastando, ia crescendo a escravidão dos negros.
Cruzando-se com os naturais da terra e com os dominadores delas, os africanos contribuíram seriamente para a formação do povo brasileiro, diferente dos outros, povo nascido na terra, crescidos nela, de sentimentos mais ou menos iguais em toda a extensão territorial do Brasil. (Rosa, 1986)
O povoamento do Brasil pelo branco fez-se de modo irregular e pouco intenso, e só a partir de 1530, no chamado período pré colonial, é que vamos ter noticias de alguns portugueses de origem desconhecida, somente a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa, começaram as autoridades a cuidar melhor do Brasil. Com essa expedição vieram aventureiros alemães, italianos e franceses (Rosa, 1986).
Com o açúcar, outro elemento penetrou no povo brasileiro, o judeu. Que veio para melhorar as qualidades étnicas do nosso povo, porque também se cruzaram, misturaram-se aos outros elementos coloniais (Rosa, 1986).
Vimos que é antigo o conceito de domínio de uma cultura sobre a outra. Essa discussão começou tarde e embora menos evidente em alguns lugares, se prolongará ainda por muitos anos, pelo simples fato de estarmos falando do homem.
Não há uma expressão cultural universal, mas cada fragmento constitui-se parte do todo e é tão importante quanto o próprio todo. Considerar a importância do que nos parece diferente é um avanço necessário. Dar-se a oportunidade de não julgar, antes conviver bem, traz para a nação desenvolvimento, progresso e crescimento.
Não importa a cor da pele, formato dos olhos, nem nada caracteristicamente físico. O que define quem somos na verdade, é o que vem do interior do homem. Não é preciso que todos tenham o mesmo modo de servir-se, trabalhar, agir, pensar ou falar, para dizer que não há discriminação, antes, é necessário conviver amigavelmente com tudo que nos parece diferente, mas que é na verdade um pedaço da expressão do todo.

DIFICULDADES REAIS NA CONVIVENCIA EM UM PAÍS DE DIVERSIDADES CULTURAIS

Como já dito anteriormente, o Brasil possui uma grande e rica diversidade cultural, que pode ser encontrada e manifestada nas expressões artísticas, crenças religiosas e também na sexualidade. Apesar de não encontramos essas diferenças culturais sendo frequentemente abordadas em meio a grupos sociais, convivemos com elas no nosso dia a dia, e de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacional:
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada grupo social.
E são diversos os grupos sociais que formaram a cultura do nosso país e que contribuíram para formação de uma pluralidade cultural brasileira, que tem como desafio criar nas pessoas o sentimento do respeito, para que essas diferenças culturais sejam enriquecidas com o incentivo do convívio social.
Mas o que é essa pluralidade social, conforme Marcela Balbinotti - Formação de Professores – Diversidade Cultural.
Pluralidade Cultural diz respeito à valorização das características culturais que diz respeito à desigualdade socioeconômica e faz crítica a qualquer tipo de discriminação. [...] Admitir a diversidade é o traço fundamental na construção da identidade. Por isso, temos tantas dificuldades em ser brasileiros.
Podendo assim dizer que o Brasil é o país das diversidades e ao mesmo tempo, o país das desigualdades.
Tornamos assim o nosso país complexo, com desigualdades sociais geradas por uma relação de exploração onde um grupo domina e explora o outro, gerando discriminação, exclusão e preconceito, onde parte da sociedade não tem acesso, e a outra parte tem privilégios.
A desigualdade social em nosso país é compreendida por diversos tipos de desigualdade, de oportunidade, de resultado, de renda, de gênero, etc, tendo como desigualdade mais conhecida a econômica ou social que ocorre pela distribuição desigual de renda. O Brasil segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2005, é a 8º nação mais desigual do mundo.
Apesar de toda discriminação, injustiça e preconceito que existe no Brasil, o país tem produzido o que chamamos de brasilidade. A brasilidade é a constituição histórica, aquela mistura cultural que vem promovendo experiências de convívio, inter-relações entre várias etnias e vêm reelaborando as culturas de origem.
Falamos em uma sociedade mais democrática, em uma educação voltada para a cidadania, precisamos então optar pela pluralidade, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural, combatendo a violência da discriminação.
“A força fez os primeiros escravos, a sua covardia perpetuou-os.”  Jean Jacques Rousseau
De acordo com Rousseau as desigualdades sociais surgiram,
[...] ao passar do tempo em sociedade que surgiu os princípios de: propriedade (dividiu os homens em ricos e pobres) surgiram os governos (dividiu os homens em governantes e governados) e os estados despóticos (dividiu os homens em senhores e escravos). [...] no entanto se seguirmos o seu princípio de perfectibilidade, a sociedade há de avançar com o passar do tempo para um estágio de igualdade e justiça.
            A dificuldade em conviver em um país com tantas diferenças culturais, esta justamente interligada com a pluralidade cultural que aqui existe, fazendo com que ocorra a dificuldade de retirarmos de nossas entranhas a idéia de que existe uma cultura superior a outra, que teríamos que obedecer e respeitar, desvalorizando as demais culturas, ignorando o Art. 5º da Constituição Federal – 1988,  
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...).
            Diante disso, percebemos a grande falha como nação, pois o Brasil, um país de diversidades, deveria sentir-se privilegiado como tal. Essa grandeza o faz multicultural e próspero. As diferenças não deveriam ser nesse contexto, motivo de guerras, mas de orgulho.

POR UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL
        
         Muitas vezes é complicado compreender o porquê de tantas disputas sociais. Do mesmo modo, não é possível controlar o que alguém sente ou deixa de sentir de outra pessoa. Nessa dinâmica encontramos aqueles que querem impor suas idéias e jeito de ser como sendo os verdadeiros donos da razão. Vimos na história pessoas como Hitler que queria formar uma raça soberana, contudo, “sabe-se hoje que o ser humano tem um conjunto de células do sistema nervoso tão particular quanto à impressão digital” (PERRENOUD, 2000), e por isso é impossível tornar todos iguais.
         Na escola também, abordar o termo diversidade cultural é relevante, mas precisa ser tratado procurando atender através do ensino essa diversidade da sua clientela. Na mesma sala de aula encontramos alunos mais sensíveis, outros competitivos, os colaborativos, os mais lentos, os mais rápidos, os que têm família estruturada e os que não têm os de origem oriental, os índios. Historicamente falando, a escola tem dificuldades para lidar com a diversidade. As diferenças tornam-se problemas ao invés de oportunidades para produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagens. A escola é o lugar em que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades, mas com estratégias de aprendizagens diferentes.
            A escola é um local formado por uma população com diversos grupos étnicos, com seus costumes e suas crenças. Segundo Morin (2001, p. 56):
a cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, idéias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social. Não sociedade humana, arcaica ou moderna, desprovida de cultura, mas cada cultura é singular. Assim, sempre existe a cultura nas culturas, mas a cultura existe apenas por meio das culturas.

            Logo, constituir uma cultura é aceitar as diversas complexidades existentes nessa relação. O primeiro passo a dar pela convivência saudável em meio à diversidade, é compreender na prática que uma cultura, quanto mais diversificada for, mais rica será também.
O multiculturalismo se tornou uma fonte de vantagem competitiva. Combinações de diferentes traços culturais podem resultar em inovações, flexibilidade e velocidade necessárias para o sucesso no mundo moderno. Se adequadamente direcionado, o multiculturalismo representa o recurso mais valioso de uma organização global (STRIPP, HARRIS e MORAN, 1996, p.48).

Como nação, ainda não aprendemos a usufruir das vantagens do multiculturalismo. E isso não pode ser de maneira exploratória como há tantos anos vimos acontecer conosco e muitas outras nações. Na verdade, parece que ao homem só cabe a idéia de dominação quando se depara com outros traços culturais. É necessário uma reforma nesse paradigma.
Absorvemos muitas influencias negativas ao longo da história e vamos nos adaptando a cada idéia sem pensar em conseqüências em longo prazo. Desde a Grécia antiga o mundo era dividido, o mundo das idéias, da filosofia, governado pelos deuses, onde só estavam as pessoas mais cultas, mais capazes, e o mundo racional, para os menores. Sempre dividimos as pessoas entre os que podem e os que não são capazes. Dividimos as cores. Vimos Martin Luter King lutando por essa causa, e ainda não conseguimos aprender tudo que deveríamos. Não são as diferenças motivos para separar a humanidade, elas existem para que possamos aprender a viver uma relação saudável e já dita, enriquecedora. Elas existem para que possamos ver no outro o que não possuímos e assim estabelecer uma relação. Ninguém pode deter todos os domínios do saber, nem pode conhecer tudo que há na terra, mas pode abranger muito de seu pensar quando se dá a oportunidade de relacionar-se por igual com alguém que domina outra pequena parte dessa dimensão que é o mundo, e assim, cada qual dá um pouco de si e tem também um pouco do outro e as relações se interrelacionam de forma amigável.
Mas também é um grande trabalho individual e coletivo, essa dinâmica de unidade.

BRINCAR E REFLETIR A DIVERSIDADE NA ESCOLA

O material apresentado é resultado de uma breve pesquisa bibliográfica, a fim de buscar opiniões de outros autores acerca do mesmo assunto para solidificar as nossas idéias e descrevê-las. O método dialético foi utilizado pela busca de uma solução capaz de gerar transformação relacionada ao assunto vigente, contudo, sabemos que esse assunto não está acabado. Após reunir os fatos e compará-los com atual situação social, decidimos elaborar um jogo de inclusão para aplicar às series iniciais do Ensino Fundamental, especificamente crianças de 7 a 9 anos, na Escola Anjo Gabriel desse município de Lucas do Rio Verde, para abordar o assunto convivência saudável em meio à diversidade de maneira interativa e clara.  
O jogo terá um caminho a ser percorrido, pintado em material TNT, para que as peças chaves desse percurso sejam os próprios alunos. O trajeto será colocado no chão da sala de aula, e um jogador começará o percurso, mas ao longo do trajeto encontrará obstáculos e atividades que só poderão ser concluídas com a ajuda dos demais alunos. Cada aluno representará uma parte do corpo humano, logo, teremos na sala de aula mãos, pés, olhos, ouvidos, e assim distribuídos conforme quantidade de alunos. No trajeto haverá obstáculos como pegar uma caixa, na qual o aluno terá que incluir no jogo dois alunos que representarão as mãos. Os três prosseguirão o caminho, todos os alunos incluídos no tabuleiro não poderão ser excluídos, de maneira que os jogadoress irão aumentando. Para marcar quantas casas caminhar terá um dado gigante, intercalado nas cores preto, branco, amarelo representando as diferentes cores de pele.  Também haverá no jogo cartas de atividades que terão que realizar sem utilizar uma parte de seu corpo como mãos ou pés, para representar os que têm necessidades especiais e muitas vezes sofrem preconceitos. Entrarão no jogo as diversidades relacionadas às características físicas, psicológicas e sociais. E todos, sem exceção participarão do trajeto, e todos chegarão ao final do jogo juntos.
Esse método tem por objetivo futuro, lançar idéias de maneira descontraída e observar o comportamento da criança em relação às diversidades em sua própria sala de aula, e sugerir uma conversação para que elas possam compreender seu próprio modo de pensar em relação ao outro e perceber os erros desse pensar que podem ser prejudiciais nas relações futuras. Além disso, desejamos mostrar que um precisa do outro para chegar juntos a um objetivo. Como um corpo não pode ser esquartejado e manter-se vivo assim a humanidade precisa entender a importância do outro para manter também a vida.
         Essa pesquisa nos trouxe a percepção da necessidade de refletir sobre os valores que impulsionam o homem a agir de maneira agressiva em relação ao seu semelhante. Esse assunto pode ser abordado por meio de diversas didáticas, e para diversos públicos, pois é atual e relevante. Os resultados reais da atividade proposta serão analisados após a elaboração e execução da mesma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
           
Compreendemos que o Brasil ainda precisa aprender a apreciar a diversidade que possui para então estabelecer relações saudáveis em meio à diversidade. Não basta criar leis para incluir, é necessário compreender a essência dessas leis, e falar em essência é resgatar os valores individuais que cada pessoa possui dentro de si, e valorizá-la como possuidora desses valores.
Sem perceber que as diferenças existem para aprendermos a estabelecer inter-relações, não teremos muitos avanços, por outro lado, aprender sobre essa dinâmica relacional nos trará ainda mais benefícios como indivíduos e como nação.  
De todas as raças presentes na natureza, a humana é a única que parece ter prazer em ferir seus semelhantes. Isso não é somente pequeno demais, mas inaceitável. Não podemos nos conformar em manter a saga da marginalização por motivos banais. Afinal, temos muito mais semelhanças que diferenças.
Há um vídeo da Pixar que mostra o dia e a noite brigando sem parar, porque a noite não admitia em seu interior não possuir coisas que o dia possuía e assim o dia queria possuir o que a noite possuía. Após tanto brigar, à noite enfim viu no dia algo que lhe interessou, mas não podia tê-lo, pois era coisa do dia e ela só podia contemplar. E o dia lhe mostrou outras coisas que só podem acontecer enquanto o sol brilha crianças brincando, pessoas passeando, praia... A noite ficou fascinada com o que via, e começou também a mostrar o que só acontecia em seu interior, cinema, luzes, fogos reluzentes, vaga-lumes, e isso também atraiu o dia. Os dois começaram a andar juntos, compartilhando o que cada um tinha dentro de si, sem brigar. Até que chegou a hora em que os dois se tornaram um só, no pôr-do-sol, o dia tornou-se quase noite e a noite quase dia, ficaram um, e depois um transformou-se no outro e mais uma vez eram diferentes, mas agora, experimentando exatamente as mesmas sensações que o outro sentira um dia antes. Essa ilustração mostra que cada um tem dentro de si valores insubstituíveis, mas a briga está em querer exatamente o que é particular do outro. É importante reconhecer cada qual seus próprios valores, e não brigar para possuir o que já é de outro, mas compartilhar andando em unidade. Assim, cada um poderá ser conhecido do outro, e terá dentro de si suas próprias características particulares, alem de ter também um pouco do outro.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

acesso em 19/08/2011 às 22hs.

acesso em 18/08/2011 às 22hs 30min.

  acesso em 21/08/2011 as 14hs


MORAN, Robert T.; HARRIS, Philip R.; STRIPP, Willian G. Desenvolvendo
MOREIRA, A. f. e SILVA, T. T., Currículo, cultura e sociedade. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2002.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2001.

BRASIL, Lei de diretrizes e bases da educação nacional: lei 9.394/96/ apresentação Carlos

PERRENOUD, Philppe. Pedagogia diferenciada: das intenções às ações. Porto Alegre: Artemed,
Roberto Jamil Cury. 6. ed., Rio janeiro: DP&A, 2003.

Organizações Globais. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1999.