O HOMEM SÓ SE TORNA PLENAMENTE HUMANO MEDIANTE A EDUCAÇÃO
Daniela Miketen[1]
Irmão José Kolling[2]
Essa
é uma afirmação de Kant que conseguiu realizar uma síntese entre o racionalismo
e o empirismo, afirmando que sem a experiência, os pensamentos são vazios, e as
intuições sem os conceitos são cegas. Dessa forma, Kant conseguiu unir a razão
com a experiência de vida, apontando para a importância de ambas estarem juntas
na constituição histórica do homem.
O
sujeito nasce com duas fontes principais de conhecimento: a sensibilidade e o
entendimento. Assim, um é afirmado no outro, pois só entender não é suficiente,
é necessário também sentir.
Para
que o homem possa alcançar sua plenitude como humano, ele passa por constantes
aprendizados, considerando a sensibilidade e o conhecimento que já possui, mas
que são aperfeiçoados à medida que se depara com novas experiências e também
novas matérias.
Esse
aprendizado não acontece apenas no âmbito escolar, mas no dia-a-dia do sujeito.
Sendo assim, o processo que se constitui educação, é referente a tudo que o
sujeito pode aprender, desde a primeira idade, nos primeiros contatos com a
fala e com os objetos até que esses se tornam totalmente familiares e outras
coisas entram em sua vida, um processo interminável, onde sempre há algo que o
sujeito ainda não sabe. Por isso, o homem está constantemente aprendendo,
constantemente sendo educado, até alcançar a plenitude.
Kant
afirma ainda que o homem, diferente dos demais animais, que já tem estabelecido
pela natureza a finalidade de sua existência, é o responsável por seu próprio
projeto de vida, e para isso não pode abrir mão de sua racionalidade. Ter esse
projeto de vida está ligado à relação com o outro, e não é uma construção
imediata.
Ser
um homem plenamente humano é ter esse projeto existencial que usa de suas
disposições naturais em direção ao bem, e em parceria com o outro. Esse projeto
é construído mediante a educação. Sem essa sensibilidade de aprender sobre a
vida, e o que constitui a vida, o homem não poderá ser plenamente humano,
porque é no ato de aprender que ele pode perceber-se, desenvolver melhor suas
habilidades, localizar-se no tempo e espaço e orientar-se.
É
também na educação que ele pode usar melhor sua capacidade racional, e desenhar
seus projetos. No caso do sujeito rejeitar de todas as formas ser um aprendiz,
que é constantemente educado pelas experiências que possui na vida, pelas
relações e sua capacidade racional, ele será então cada vez mais parecido com
um animal.
Para
Kant, o homem nasceu para ser plenamente humano, ou seja, nasceu para executar
plenamente suas capacidades mentais, diferentes dos animais. Conhecer-se
plenamente, ser um planejador. Não é adequado que o homem se permita ser menos
que plenamente humano.
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