terça-feira, 8 de maio de 2012

Filosofia da Educação


O HOMEM SÓ SE TORNA PLENAMENTE HUMANO MEDIANTE A EDUCAÇÃO

Daniela Miketen[1]
Irmão José Kolling[2]


Essa é uma afirmação de Kant que conseguiu realizar uma síntese entre o racionalismo e o empirismo, afirmando que sem a experiência, os pensamentos são vazios, e as intuições sem os conceitos são cegas. Dessa forma, Kant conseguiu unir a razão com a experiência de vida, apontando para a importância de ambas estarem juntas na constituição histórica do homem.
O sujeito nasce com duas fontes principais de conhecimento: a sensibilidade e o entendimento. Assim, um é afirmado no outro, pois só entender não é suficiente, é necessário também sentir.
Para que o homem possa alcançar sua plenitude como humano, ele passa por constantes aprendizados, considerando a sensibilidade e o conhecimento que já possui, mas que são aperfeiçoados à medida que se depara com novas experiências e também novas matérias.
Esse aprendizado não acontece apenas no âmbito escolar, mas no dia-a-dia do sujeito. Sendo assim, o processo que se constitui educação, é referente a tudo que o sujeito pode aprender, desde a primeira idade, nos primeiros contatos com a fala e com os objetos até que esses se tornam totalmente familiares e outras coisas entram em sua vida, um processo interminável, onde sempre há algo que o sujeito ainda não sabe. Por isso, o homem está constantemente aprendendo, constantemente sendo educado, até alcançar a plenitude.
Kant afirma ainda que o homem, diferente dos demais animais, que já tem estabelecido pela natureza a finalidade de sua existência, é o responsável por seu próprio projeto de vida, e para isso não pode abrir mão de sua racionalidade. Ter esse projeto de vida está ligado à relação com o outro, e não é uma construção imediata.
Ser um homem plenamente humano é ter esse projeto existencial que usa de suas disposições naturais em direção ao bem, e em parceria com o outro. Esse projeto é construído mediante a educação. Sem essa sensibilidade de aprender sobre a vida, e o que constitui a vida, o homem não poderá ser plenamente humano, porque é no ato de aprender que ele pode perceber-se, desenvolver melhor suas habilidades, localizar-se no tempo e espaço e orientar-se.
É também na educação que ele pode usar melhor sua capacidade racional, e desenhar seus projetos. No caso do sujeito rejeitar de todas as formas ser um aprendiz, que é constantemente educado pelas experiências que possui na vida, pelas relações e sua capacidade racional, ele será então cada vez mais parecido com um animal.
Para Kant, o homem nasceu para ser plenamente humano, ou seja, nasceu para executar plenamente suas capacidades mentais, diferentes dos animais. Conhecer-se plenamente, ser um planejador. Não é adequado que o homem se permita ser menos que plenamente humano.









[1] Acadêmica do Curso Licenciatura em Pedagogia.
[2] Orientador da disciplina de Filosofia da Educação. 

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