CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL EM MEIO AS DIVERSIDADES
CULTURAIS NO BRASIL
WANDSCHEER Lediane, FACLASALLE
MIKETEN Daniela, FACLASALLE
karlalediane@hotmail.com
RESUMO
O
Brasil é um rico continente, tanto em matéria prima como em diversidade. Há
anos travou-se uma luta a respeito das relações raciais estabelecidas ao longo
da história, atualmente interpretadas como formas preconceituosas de ação.
Nesse contexto, está a margem da sociedade qualquer grupo social que desenvolva
uma cultura diferenciada, ou que tenha características físicas também
diferentes da maioria. Isso é na verdade uma grande pobreza de idéias, pois o
homem é homem e isso é universal, não há porque separar por características
físicas ou econômicas determinados grupos, afirmando que esses não fazem parte
de tal sociedade, pois fazer isso é eliminar a própria raça, é também uma
maneira sem base real de dizer-se superior a outro. O Brasil é uma nação privilegiada
por atrair pessoas de todos os lugares do mundo, mas não é ainda desenvolvedor
de unidade. Justamente por ser o país de diversidades, é que deveria também ser
o país da unidade. O que vemos, contudo, é discriminação. Nosso grupo de
trabalho se adéqua ao GT2 relacionado a Educação e Diversidade Cultural e a
forma de apresentação será oral.
Palavras-chave:
Cultura.Pluralidade.Relação
INTRODUÇÃO
Toda nação tem seu próprio histórico cultural. O
Brasil nesse quesito é um país privilegiado. Aqui não há uma única expressão
cultural dominante, mas uma variedade infinita de expressões que nos aproximam
de qualquer outro lugar do mundo.
Contudo, é perceptível que há
disputas econômicas, de interesses públicos e privados, que trazem idéias
negativas a respeito da convivência entre essas culturas. Desde a colonização
brasileira, estabeleceu-se uma relação de domínio entre os povos. Cada qual
deseja tornar-se ou dizer-se melhor que o outro. Isso é um desejo de
monopolizar a nação em parâmetros de comportamento.
Nesse contexto pergunta-se, como
poderemos desenvolver uma relação saudável em meio às diversidades?
Responder a essa questão é pensar em
maneiras de assumir a identidade multicultural brasileira, valorizando e
posicionando cada diferença como participante da nossa historia. A cultura que
não possui uma única face, nem um único comportamento, mas que é construída por
muitos diferentes. Durante anos, vemos
as discussões em torno da inclusão social como se pessoas de determinadas
etnias não fossem parte da raça humana. Queremos propor uma discussão mais
profunda em torno dos valores morais que podem ser desenvolvidos no homem para
não pensar apenas em incluir e muitas vezes, apesar de incluído em um circulo
de atividades rotineiras, acaba excluído da relação saudável. Ou a inclusão
acontece por obrigação, se não existisse lei para tal, haveria inclusão? Ou por
que se faz necessário construir argumentos legislativos para que todos possam
ter os mesmos direitos? Não bastaria pensar que somos todos iguais enquanto
homens e que nossas diferenças de cores, expressões culturais, etnolinguisticas
são dádivas?
É importante aceitar o fato de que
jamais seremos uma cultura universal no sentido de apresentar-se com um padrão
comportamental, e agir em torno desse conceito para então usufruir das
vantagens da diversidade cultural e enriquecer nossos conceitos sobre essa
discussão.
O objetivo desse artigo é despertar
a reflexão acerca das diferenças. Para isso iremos resgatar em breve palavras a
historia da colonização brasileira, apontando para a chegada de outras culturas
e a relação dominador/dominado estabelecida desde então. Também as dificuldades
que temos em lidar com a diversidade, finalizando com o desafio de desenvolver
um novo ciclo, uma nova história de relações saudáveis em meio à diversidade.
BRASIL, UM PAÍS DE DIVERSIDADES
O Brasil apresenta uma grande
dimensão territorial, e como conseqüência disso, apresenta uma vasta
diversidade cultural, é um país de misturas, do branco, do negro, do pardo e do
amarelo, onde se encontra descendentes de índios, africanos, europeus, alemães,
japoneses, entre outros, que espelhados pelo nosso país formaram uma rica diversidade
cultural.
Em cada vilarejo, comunidade, cidade,
encontramos diferentes sotaques: do nordestino ao sulista; ritmos musicais: que vai do pagode ao forro;
e diversos pratos típicos: como a feijoada e acarajé.
Mas a história do nosso país, desde
1500 até os dias atuais foi bem diferente, foi descoberta, e desde seu início,
com a chegada dos escravos, imigrantes ilegais, e os exilados ou degredados,
fez com que o Brasil fosse declarado a partir de 1530 o lugar de degredo do
pior grau (Rosa 1986). Ocorreu desde o inicio a imposição de uma raça superior
a outra, que manchou e mancha a nossa história até os dias atuais com,
descriminação, violência, humilhação e desigualdades sociais.
O indígena: o “selvagem” que o
português encontrou habitando o Brasil é de origem discutida e vivia na idade
da pedra polida, não utilizava porem, a pedra como material de construção. Os
primeiros povoadores chamaram esses selvagens de índios e consideravam-no
dividido em dois grupos rivais: os tupis, que habitavam no litoral, e os
tapuias residentes no interior.
Os escravos chegaram ao Brasil quando ele ainda era
uma colônia de Portugal, os negros eram pegos a força e exportados da África
para o mundo, eram trazidos em navios negreiros sem condições alguma de higiene,
saúde e alimentação. Já no Brasil eram vendidos para senhores donos de
fazendas, onde eram obrigados a trabalhar sem qualquer tipo de direito e sem
salários. Quando a lavoura de cana estava mais desenvolvida no Brasil, se
utilizou o braço do africano: em Pernambuco e na Bahia. Depois no rio de
janeiro e São Paulo.
À medida que os índios iam extinguindo, pelo menos
afastando, ia crescendo a escravidão dos negros.
Cruzando-se com os naturais da terra e com os
dominadores delas, os africanos contribuíram seriamente para a formação do povo
brasileiro, diferente dos outros, povo nascido na terra, crescidos nela, de
sentimentos mais ou menos iguais em toda a extensão territorial do Brasil.
(Rosa, 1986)
O povoamento do Brasil pelo branco fez-se de modo
irregular e pouco intenso, e só a partir de 1530, no chamado período pré
colonial, é que vamos ter noticias de alguns portugueses de origem desconhecida,
somente a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa, começaram as
autoridades a cuidar melhor do Brasil. Com essa expedição vieram aventureiros
alemães, italianos e franceses (Rosa, 1986).
Com o açúcar, outro elemento penetrou no povo
brasileiro, o judeu. Que veio para melhorar as qualidades étnicas do nosso
povo, porque também se cruzaram, misturaram-se aos outros elementos coloniais
(Rosa, 1986).
Vimos que é antigo o conceito de domínio de uma
cultura sobre a outra. Essa discussão começou tarde e embora menos evidente em
alguns lugares, se prolongará ainda por muitos anos, pelo simples fato de
estarmos falando do homem.
Não há uma expressão cultural universal, mas cada
fragmento constitui-se parte do todo e é tão importante quanto o próprio todo.
Considerar a importância do que nos parece diferente é um avanço necessário.
Dar-se a oportunidade de não julgar, antes conviver bem, traz para a nação
desenvolvimento, progresso e crescimento.
Não importa a cor da pele, formato dos olhos, nem
nada caracteristicamente físico. O que define quem somos na verdade, é o que
vem do interior do homem. Não é preciso que todos tenham o mesmo modo de
servir-se, trabalhar, agir, pensar ou falar, para dizer que não há
discriminação, antes, é necessário conviver amigavelmente com tudo que nos
parece diferente, mas que é na verdade um pedaço da expressão do todo.
DIFICULDADES REAIS NA CONVIVENCIA
EM UM PAÍS DE DIVERSIDADES CULTURAIS
Como
já dito anteriormente, o Brasil possui uma grande e rica diversidade cultural,
que pode ser encontrada e manifestada nas expressões artísticas, crenças
religiosas e também na sexualidade. Apesar de não encontramos essas diferenças
culturais sendo frequentemente abordadas em meio a grupos sociais, convivemos
com elas no nosso dia a dia, e de acordo com os Parâmetros Curriculares
Nacional:
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao
longo das suas histórias, na construção de suas formas de subsistência, na
organização da vida social e política, nas suas relações com o meio e com
outros grupos, na produção de conhecimentos etc. A diferença entre culturas é
fruto da singularidade desses processos em cada grupo social.
E são
diversos os grupos sociais que formaram a cultura do nosso país e que
contribuíram para formação de uma pluralidade cultural brasileira, que tem como
desafio criar nas pessoas o sentimento do respeito, para que essas diferenças
culturais sejam enriquecidas com o incentivo do convívio social.
Pluralidade Cultural diz respeito à valorização das
características culturais que diz respeito à desigualdade socioeconômica e faz
crítica a qualquer tipo de discriminação. [...] Admitir a diversidade é o traço
fundamental na construção da identidade. Por isso, temos tantas dificuldades em
ser brasileiros.
Podendo assim dizer que o Brasil é o país das
diversidades e ao mesmo tempo, o país das desigualdades.
Tornamos
assim o nosso país complexo, com desigualdades sociais geradas por uma relação
de exploração onde um grupo domina e explora o outro, gerando discriminação,
exclusão e preconceito, onde parte da sociedade não tem acesso, e a outra parte
tem privilégios.
A
desigualdade social em nosso país é compreendida por diversos tipos de
desigualdade, de oportunidade, de resultado, de renda, de gênero, etc, tendo
como desigualdade mais conhecida a econômica ou social que ocorre pela
distribuição desigual de renda. O Brasil segundo dados da ONU (Organização das
Nações Unidas) de 2005, é a 8º nação mais desigual do mundo.
Apesar de toda discriminação, injustiça e preconceito que
existe no Brasil, o país tem produzido o que chamamos de brasilidade. A
brasilidade é a constituição histórica, aquela mistura cultural que vem promovendo
experiências de convívio, inter-relações entre várias etnias e vêm reelaborando
as culturas de origem.
Falamos em
uma sociedade mais democrática, em uma educação voltada para a cidadania,
precisamos então optar pela pluralidade, reconhecendo e valorizando a
diversidade cultural, combatendo a violência da discriminação.
De acordo com Rousseau as desigualdades sociais surgiram,
[...] ao passar do
tempo em sociedade que surgiu os princípios de: propriedade (dividiu os homens
em ricos e pobres) surgiram os governos (dividiu os homens em governantes e
governados) e os estados despóticos (dividiu os homens em senhores e escravos).
[...] no entanto se seguirmos o seu princípio de perfectibilidade, a sociedade
há de avançar com o passar do tempo para um estágio de igualdade e justiça.
A
dificuldade em conviver em um país com tantas diferenças culturais, esta
justamente interligada com a pluralidade cultural que aqui existe, fazendo com
que ocorra a dificuldade de retirarmos de nossas entranhas a idéia de que
existe uma cultura superior a outra, que teríamos que obedecer e respeitar,
desvalorizando as demais culturas, ignorando o Art. 5º da Constituição Federal
– 1988,
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade (...).
Diante disso, percebemos a grande
falha como nação, pois o Brasil, um país de diversidades, deveria sentir-se privilegiado
como tal. Essa grandeza o faz multicultural e próspero. As diferenças não
deveriam ser nesse contexto, motivo de guerras, mas de orgulho.
POR UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL
Muitas vezes é complicado compreender o porquê de
tantas disputas sociais. Do mesmo modo, não é possível controlar o que alguém
sente ou deixa de sentir de outra pessoa. Nessa dinâmica encontramos aqueles
que querem impor suas idéias e jeito de ser como sendo os verdadeiros donos da
razão. Vimos na história pessoas como Hitler que queria formar uma raça
soberana, contudo, “sabe-se hoje que o ser
humano tem um conjunto de células do sistema nervoso tão particular
quanto à impressão digital” (PERRENOUD, 2000), e por isso é impossível tornar
todos iguais.
Na escola também, abordar o termo diversidade
cultural é relevante, mas precisa ser tratado procurando atender através do
ensino essa diversidade da sua clientela. Na mesma sala de aula encontramos
alunos mais sensíveis, outros competitivos, os colaborativos, os mais lentos,
os mais rápidos, os que têm família estruturada e os que não têm os de origem
oriental, os índios. Historicamente falando, a escola tem dificuldades para
lidar com a diversidade. As diferenças tornam-se problemas ao invés de
oportunidades para produzir saberes em diferentes níveis de aprendizagens. A
escola é o lugar em que todos os alunos devem ter as mesmas oportunidades, mas
com estratégias de aprendizagens diferentes.
A escola é um local
formado por uma população com diversos grupos étnicos, com seus costumes e suas
crenças. Segundo Morin (2001, p. 56):
a cultura é
constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições,
estratégias, crenças, idéias, valores, mitos, que se transmite de geração em
geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e
mantém a complexidade psicológica e social. Não sociedade humana, arcaica ou
moderna, desprovida de cultura, mas cada cultura é singular. Assim, sempre
existe a cultura nas culturas, mas a cultura existe apenas por meio das
culturas.
Logo, constituir uma cultura é
aceitar as diversas complexidades existentes nessa relação. O primeiro passo a
dar pela convivência saudável em meio à diversidade, é compreender na prática
que uma cultura, quanto mais diversificada for, mais rica será também.
O
multiculturalismo se tornou uma fonte de vantagem competitiva. Combinações de
diferentes traços culturais podem resultar em inovações, flexibilidade e
velocidade necessárias para o sucesso no mundo moderno. Se adequadamente
direcionado, o multiculturalismo representa o recurso mais valioso de uma
organização global (STRIPP, HARRIS e MORAN, 1996, p.48).
Como
nação, ainda não aprendemos a usufruir das vantagens do multiculturalismo. E
isso não pode ser de maneira exploratória como há tantos anos vimos acontecer
conosco e muitas outras nações. Na verdade, parece que ao homem só cabe a idéia
de dominação quando se depara com outros traços culturais. É necessário uma
reforma nesse paradigma.
Absorvemos
muitas influencias negativas ao longo da história e vamos nos adaptando a cada
idéia sem pensar em conseqüências em longo prazo. Desde a Grécia antiga o mundo
era dividido, o mundo das idéias, da filosofia, governado pelos deuses, onde só
estavam as pessoas mais cultas, mais capazes, e o mundo racional, para os
menores. Sempre dividimos as pessoas entre os que podem e os que não são
capazes. Dividimos as cores. Vimos Martin Luter King lutando por essa causa, e
ainda não conseguimos aprender tudo que deveríamos. Não são as diferenças
motivos para separar a humanidade, elas existem para que possamos aprender a
viver uma relação saudável e já dita, enriquecedora. Elas existem para que
possamos ver no outro o que não possuímos e assim estabelecer uma relação.
Ninguém pode deter todos os domínios do saber, nem pode conhecer tudo que há na
terra, mas pode abranger muito de seu pensar quando se dá a oportunidade de
relacionar-se por igual com alguém que domina outra pequena parte dessa
dimensão que é o mundo, e assim, cada qual dá um pouco de si e tem também um
pouco do outro e as relações se interrelacionam de forma amigável.
Mas
também é um grande trabalho individual e coletivo, essa dinâmica de unidade.
BRINCAR E REFLETIR A DIVERSIDADE NA
ESCOLA
O material apresentado é resultado de uma breve
pesquisa bibliográfica, a fim de buscar opiniões de outros autores acerca do
mesmo assunto para solidificar as nossas idéias e descrevê-las. O método
dialético foi utilizado pela busca de uma solução capaz de gerar transformação
relacionada ao assunto vigente, contudo, sabemos que esse assunto não está
acabado. Após reunir os fatos e compará-los com atual situação social,
decidimos elaborar um jogo de inclusão para aplicar às series iniciais do Ensino
Fundamental, especificamente crianças de 7 a 9 anos, na Escola Anjo Gabriel desse
município de Lucas do Rio Verde, para abordar o assunto convivência saudável em
meio à diversidade de maneira interativa e clara.
O jogo terá um caminho a ser percorrido, pintado em
material TNT, para que as peças chaves desse percurso sejam os próprios alunos.
O trajeto será colocado no chão da sala de aula, e um jogador começará o
percurso, mas ao longo do trajeto encontrará obstáculos e atividades que só
poderão ser concluídas com a ajuda dos demais alunos. Cada aluno representará
uma parte do corpo humano, logo, teremos na sala de aula mãos, pés, olhos,
ouvidos, e assim distribuídos conforme quantidade de alunos. No trajeto haverá
obstáculos como pegar uma caixa, na qual o aluno terá que incluir no jogo dois
alunos que representarão as mãos. Os três prosseguirão o caminho, todos os alunos
incluídos no tabuleiro não poderão ser excluídos, de maneira que os jogadoress
irão aumentando. Para marcar quantas casas caminhar terá um dado gigante,
intercalado nas cores preto, branco, amarelo representando as diferentes cores
de pele. Também haverá no jogo cartas de
atividades que terão que realizar sem utilizar uma parte de seu corpo como mãos
ou pés, para representar os que têm necessidades especiais e muitas vezes
sofrem preconceitos. Entrarão no jogo as diversidades relacionadas às
características físicas, psicológicas e sociais. E todos, sem exceção
participarão do trajeto, e todos chegarão ao final do jogo juntos.
Esse método tem por objetivo futuro, lançar idéias
de maneira descontraída e observar o comportamento da criança em relação às
diversidades em sua própria sala de aula, e sugerir uma conversação para que
elas possam compreender seu próprio modo de pensar em relação ao outro e
perceber os erros desse pensar que podem ser prejudiciais nas relações futuras.
Além disso, desejamos mostrar que um precisa do outro para chegar juntos a um objetivo.
Como um corpo não pode ser esquartejado e manter-se vivo assim a humanidade
precisa entender a importância do outro para manter também a vida.
Essa pesquisa nos trouxe a percepção da necessidade
de refletir sobre os valores que impulsionam o homem a agir de maneira
agressiva em relação ao seu semelhante. Esse assunto pode ser abordado por meio
de diversas didáticas, e para diversos públicos, pois é atual e relevante. Os
resultados reais da atividade proposta serão analisados após a elaboração e
execução da mesma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendemos que o Brasil ainda precisa aprender a
apreciar a diversidade que possui para então estabelecer relações saudáveis em
meio à diversidade. Não basta criar leis para incluir, é necessário compreender
a essência dessas leis, e falar em essência é resgatar os valores individuais
que cada pessoa possui dentro de si, e valorizá-la como possuidora desses
valores.
Sem perceber que as diferenças existem para
aprendermos a estabelecer inter-relações, não teremos muitos avanços, por outro
lado, aprender sobre essa dinâmica relacional nos trará ainda mais benefícios
como indivíduos e como nação.
De todas as raças presentes na natureza, a humana é
a única que parece ter prazer em ferir seus semelhantes. Isso não é somente
pequeno demais, mas inaceitável. Não podemos nos conformar em manter a saga da
marginalização por motivos banais. Afinal, temos muito mais semelhanças que
diferenças.
Há um vídeo da Pixar que mostra o dia e a noite
brigando sem parar, porque a noite não admitia em seu interior não possuir
coisas que o dia possuía e assim o dia queria possuir o que a noite possuía. Após
tanto brigar, à noite enfim viu no dia algo que lhe interessou, mas não podia
tê-lo, pois era coisa do dia e ela só podia contemplar. E o dia lhe mostrou
outras coisas que só podem acontecer enquanto o sol brilha crianças brincando,
pessoas passeando, praia... A noite ficou fascinada com o que via, e começou
também a mostrar o que só acontecia em seu interior, cinema, luzes, fogos
reluzentes, vaga-lumes, e isso também atraiu o dia. Os dois começaram a andar
juntos, compartilhando o que cada um tinha dentro de si, sem brigar. Até que
chegou a hora em que os dois se tornaram um só, no pôr-do-sol, o dia tornou-se
quase noite e a noite quase dia, ficaram um, e depois um transformou-se no
outro e mais uma vez eram diferentes, mas agora, experimentando exatamente as
mesmas sensações que o outro sentira um dia antes. Essa ilustração mostra que
cada um tem dentro de si valores insubstituíveis, mas a briga está em querer
exatamente o que é particular do outro. É importante reconhecer cada qual seus
próprios valores, e não brigar para possuir o que já é de outro, mas
compartilhar andando em unidade. Assim, cada um poderá ser conhecido do outro,
e terá dentro de si suas próprias características particulares, alem de ter
também um pouco do outro.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
acesso em 19/08/2011 às 22hs.
acesso em 18/08/2011 às 22hs 30min.
acesso em 21/08/2011 as 14hs
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